Vivemos no Intervalo

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Eu já estou sendo derramado como uma oferta de bebida. Está próximo o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia… (2 Timóteo 2.6-8)

Somos peregrinos. Este é o nosso deserto. Já deixamos o Egito, mas não chegamos ainda à nossa Canaã. Não é tempo de guardar as armas, de assentar-se sob a sombra, de parar de caminhar. Nossa carreira ainda não acabou. A prova disso é que ainda estamos aqui. Nosso destino é mais além. Não importa quão longo tenha sido a nossa jornada, nosso olhar deve permanecer no horizonte. Nosso descanso não é aqui (Miquéias 2.10)

Este nosso tempo, é tempo de expectação, não de conclusão. É apenas um intervalo, não a plena realização. Estamos aqui para missão e não para desfrute. Precisamos entender isso para que não vivamos como se a guerra tivesse acabado e como se a colheita de agora fosse a definitiva. É apenas uma fase. A concretização ainda nos espera.

Essa atitude do coração é essencial para todo caminhante. Senão corremos o risco de sermos submergidos pelas bênçãos ou vencidos pelas aflições. Podemos nos distrair com as vitórias passageiras e perder de vista àquela que é eterna.

Quando nos esquecemos de nossa condição de peregrinos, os prazeres deste mundo podem facilmente nos roubar o prêmio real. Amados, eu vos advirto, como peregrinos e estrangeiros que são, a manter distância dos desejos carnais que lutam contra a alma (1 Pedro 2.11). Então queremos ficar em casa quando é tempo de guerrear e como Davi somos arrastados para o fundo por desejos bem nocivos (2 Samuel 11.1, 2).

Chegará o momento no qual teremos concluído o bom combate. Nossa carreira tem seu tempo determinado pelo Soberano. Enquanto isso, nossa fé precisa ser guardada e nossa coroa conservada sobre nossas cabeças para que todas as nossas conquistas permaneçam e tenham a devida recompensa.

Compreender a transitoriedade deste nosso tempo não significa vive-lo de modo negligente e displicente. Pelo contrário. Cada ato, palavra e atitude são preciosos porque sabemos que com eles estamos construindo a nossa eternidade.

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