Três Verdades e Três Perguntas

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Há três verdades poderosas neste Universo; são verdades tão poderosas que exigem uma resposta definitiva do ser humano. Elas excedem tudo o que o ser humano possa criar com sua imaginação, e sua importância vai além de qualquer fato. Pela sua natureza, estas verdades obrigam o homem a se posicionar, a responder por suas atitudes ou pela falta delas durante sua existência. São verdades absolutas, que precisam ser encaradas antes que se encare qualquer outra ação ou valor relativo.

Três verdades sublimes:

1) Deus se fez homem

Sim, isto já foi dito de várias formas poéticas; pois os versos não apenas sintetizam as verdades, mas também têm o poder de amenizá-las. Edward Gibbon, autor do clássico Decline and Fall of the Roman Empire (Declínio e Queda do Império Romano) assim descreveu a encarnação do Verbo:

(…) Aquele Ser que preenche todo o Universo tinha sido confinado ao ventre de Maria; sua eterna duração tinha sido marcada pelos dias, e meses, e anos da existência humana; o Todo Poderoso tinha sido humilhado e crucificado; sua imutável essência tinha sentido dor e angústia; sua onisciência não foi isenta da ignorância; e a Fonte da Vida e da Imortalidade morreu sobre o Monte Calvário. 1

Ou ainda, nas palavras poéticas de um escritor moderno:

“Ele podia segurar o Universo na palma da mão, mas abdicou disso para flutuar no ventre de uma virgem”. 2

A verdade é que o Criador deste Universo imenso e infinito, Ele mesmo em sua natureza, tornou-se humano na pessoa de Jesus de Nazaré e integrou-se a todos os limites que isto implica. O Criador das inúmeras estrelas sentou-se inúmeras vezes nas sinagogas da Judeia e da Galileia, ao lado do lavrador cansado e suado. O Verbo se fez carne e habitou entre nós.

2) Ele levou sobre si todos os pecados da humanidade

Não houve, não há e não haverá solução para o problema do pecado da humanidade, exceto nele. Sua morte na cruz era muito mais do que uma morte na cruz. Era o julgamento da Divindade sobre os incontáveis atos de rebelião da criatura contra o Criador. Era a punição expiatória dos indivíduos. Era a ação legal de um Deus justo e justificador daqueles que têm fé em Jesus. A dor real, a morte real, o sacrifício real do Verbo feito carne. O meio de nos levar a Deus. “A mão que sustentou o Universo recebeu o cravo de um soldado”.3

3) Ele venceu a morte. Ele ressuscitou

Ninguém jamais fez isto. Todos os que voltaram à vida voltaram para morrer novamente. Ele venceu a morte para sempre. Venceu a natureza humana

corruptível para sempre. ELE ESTÁ VIVO PELOS SÉCULOS DOS SÉCULOS. Sim, este é um fato único na história da existência humana e uma garantia do futuro de muitos.

Cada pessoa tem todo o direito de duvidar dessas verdades. Entretanto, se assumir que são verdadeiras, não poderá ficar indiferente a elas; terá de tomar uma posição. Se Jesus é Deus, morreu na cruz pelos nossos pecados e levantou-se dentre os mortos como Vencedor da morte, então, com base nestas 3 verdades, temos de fazer três perguntas.

Três perguntas essenciais:

1) Por que você ainda não se rendeu a Ele?

Pois foi isto que Ele exigiu – a entrega completa da sua vida a Ele. “Quem não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”. Como você pode continuar vivendo neste mundo sem encarar as consequências dessas verdades? Não são teorias filosóficas; são realidades cujas implicações são infinitas e eternas. Negligências e escusas não as poderão anular; pois exigem uma resposta não apenas verbal, mas de toda a sua existência.

2) Por que você hesita?

“Até quando vocês vão oscilar entre duas opiniões?” Questionou o profeta Elias (1Re 18.21). É impossível estar em dois mundos, impossível servir a dois senhores, viver em dois reinos, andar em dois caminhos. Essas verdades são determinantes, não são adornos verbais para a vida. São como trilhos que, de antemão, definem os rumos de nossa existência e o destino de cada indivíduo. Ou você está nesses trilhos ou fora deles. Não há meio termo.

3) Você pode dar mais?

“Se Jesus é Deus e deu a sua vida por mim, não há sacrifício grande demais que eu possa fazer por Ele” disse David Livingstone. Ele entendeu a dimensão do significado de “o Verbo se fez carne”. Sim, o amor de Cristo nos constrange (2Co 5.14). O amor de Cristo excede todo entendimento (Ef 3.19). Nunca será o bastante tudo o que fizermos ou renunciarmos por Ele. Seguir rumo a uma entrega sempre maior é a coisa certa a fazer. Ele se deu todo, então nosso todo deve ser dele. Nada menos.

O mundo é complexo e, ainda que gastemos toda a nossa vida analisando e discorrendo essa complexidade, não chegaríamos nem perto de compreender todas as questões envolvidas. Mas essas verdades divinas e essas respostas humanas não são opções neste universo complexo; são revelações e exigências de um Deus Real, a quem tudo e todos devem prestar contas.

“E de tudo o que se tem ouvido o fim é: teme a Deus e guarda os seus mandamentos, pois isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, inclusive o que está escondido, quer seja bom, quer seja mau” (Ec 12.13,14).

 

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Notas

1 GIBBON, Edward. Decline and Fall of the Roman Empire Vol II. Encyclopedia Britannica, INC , 1952, p. 137

2 LUCADO, Max. Seu nome é Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2010, p. 9.

3 IDEM p. 105