O Poder do Silêncio

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Quantos problemas poderiam ter sido resolvidos apenas com o silêncio.  Na verdade, alguns deles sequer teriam surgido não fossem palavras erradas ditas nas horas erradas da forma errada. Por incrível que pareça, calar é sempre mais difícil que falar. No entanto, grande é o poder do silêncio!

Há sabedoria no silêncio. Como uma árvore que cresce e se desenvolve sem ser notada, nossa vida interior adquire amplitude no silêncio. Se por um lado a Bíblia diz que na multidão das palavras não falta transgressão (Pv 10.19) ela também diz que até o tolo quando se cala, é tido por sábio (Pv 17.28) Quem fala menos erra menos! E o que aprende a se calar, adquire autoridade em seu falar. Como disse Tomas de Kempis, ninguém fala com segurança, senão quem gosta de calar (Imitação de Cristo, Livro I 20.2). Como disse outro sábio, a palavra pesa quando se sente por baixo dela o silêncio (…). O silêncio é o conteúdo secreto das palavras que contam. O que faz o valor de uma alma é a riqueza do que ela não diz.

Também no silêncio há força. Não apenas um silêncio de boca, mas um silêncio de alma (Salmo 131.2), uma quietude interior que se volta para Deus em confiança. Assim escreveu o profeta Isaías: No arrependimento e no descanso está a salvação de vocês, na quietude e na confiança está o seu vigor (Isaías 30.15)

E ainda existem momentos em que se calar é vital, quando palavras não podem concertar situações difíceis de conflito e contenda, mas somente agravá-las. Então, só nos resta silenciar e clamar dentro de nossos corações pela ação do Senhor. São tempos maus onde palavras podem ser mal usadas ou mal interpretadas. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau (Amós 5.13).

Sim, como disse o salmista: Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus. Serei exaltado entre as nações, serei exaltado sobre a Terra (Salmo 46.10).

Oremos também como orou o salmista: Coloca, ó Senhor, uma guarda à minha boca. Vigia a porta dos meus lábios. (Salmo 141.3)


 O Poder da Continuidade

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Logo ao alvorecer, o rei se levantou e correu para a cova dos leões. Quando ia se aproximando da cova, chamou Daniel com voz que revelava aflição: “Daniel, servo do Deus vivo, será que o seu Deus, a quem você serve continuamente, pôde livrá-lo dos leões?” (Daniel 6.19)

 

“… a quem você continuamente serve…”. Esse era o segredo de Daniel. Seu caminhar com Deus não era vacilante, hesitante e sim contínuo. Deus para Ele não era uma saída de emergência. Era a estrada pela qual caminhava. Não se tratava de recorrer a Deus na urgência e sim de estar diante de Sua face sempre.

Os homens e mulheres de Deus que viveram uma vida vitoriosa, tiveram uma vida de constante contato com Ele. Relacionamentos só são verdadeiros quando a comunhão é permanente, quando a convivência é contínua, quando se caminha junto, independente das circunstâncias internas e externas.

Se para eu servir a Deus eu depender do meu humor, então com certeza serei um mau servo. Nem sempre estou alegre e feliz. Nem sempre estou satisfeito com o que tenho e vivo. No entanto, meu Deus sempre é o mesmo. Chorando ou sorrindo, descendo ou subindo, vencendo ou caindo, sempre é tempo de servi-lo. Se eu interromper a conexão com Deus todas as vezes que me sentir insatisfeito, então não terei nenhum relacionamento com Ele.

Também não posso permitir que fatos ao meu redor me afastem Dele. As pessoas dão desculpas e apontam culpados para explicar porque se afastaram. Todavia, nada disso vai funcionar, porque afastar-se daquele que é a Vida e a Vitória nunca é certo. Nem mesmo as leis da Pérsia impediram Daniel de manter seu contato com Deus (Daniel 6.10).

As pessoas querem os milagres de Deus, mas nem sempre querem o Deus dos milagres. Querem bênçãos, sem, contudo, amarem o Abençoador. Desejam vitórias, mas não o Vitorioso.

A cova dos leões não é o seu maior desafio. Seu maior desafio é manter sua comunhão com Deus em toda e qualquer circunstâncias. Hoje, amanhã e depois é seu tempo de servir a Deus. E esse tempo se estende por toda a eternidade. Se você servi-lo continuamente, então, e só então, quando o tempo da provação chegar, Ele livrará você.


 Eis o Ano Novo

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Mais um ano se foi. Nele, inúmeras lágrimas rolaram dos meus olhos e inúmeras vezes senti um nó em minha garganta. Conheci o aperto e a angústia. Houve momentos em que quase perdi as esperanças, em que o céu era escuro e não havia estrelas no firmamento.

Também os sonhos, os meus sonhos, viram os dias passarem, as oportunidades fugirem e eles permanecerem apenas sonhos. Não cheguei ao porto desejado e meus dias de ansiosa espera foram em vão. Esperei o fim do meu sofrimento mas ele não veio. As tão esperadas mudanças em minha vida não foram mais que uma ilusão.

Por diversas vezes vi o desânimo tomar conta do meu coração e lutar pareceu-me inútil. Pensei em largar-me à correnteza impetuosa, rumo à irreversível queda, deixando que a morte me tragasse a vida. Bastava-me simplesmente deixar de resistir, de enfrentar o amanhã e o hoje, para postar-me inerte diante do monstro desespero para que este me engolisse e devorasse as entranhas.

Mas de repente olhei. E eis que um novo ano se aproximava. Nele Deus gritava, ordenando que eu levantasse e prosseguisse, pois o fim jamais será o fim a menos que Ele o determine. À noite sucede ao dia, à tempestade, o sol e à escuridão, a luz. Embora tantas vezes a morte se faça próxima e densa ao nosso redor, jamais ela pôde submergir a vida. Minhas derrotas não me derrotarão, a menos que eu assim o permita.

Eis o novo ano, e nele levantarei minha cabeça, erguerei meus braços e tirarei do pó meu corpo tombado. E lutarei, e teimarei, e correrei mais uma vez rumo ao alvo. E perseguirei o sonho e me atarei à vida com fios de aço.

O amanhã não encontrará um ser humano cabisbaixo e coxo. Estarei em pé, disposto a vencer as batalhas necessárias e a lutar enquanto houver vida.

Eis o novo ano e com ele minha oportunidades se renovam, e nele renascem as esperanças de conquista, e nele a semente que parecia estar morta e sepultada no seio da terra para sempre, agora reaparece no ramo que brota, trazendo as promessas das mais belas flores e frutos.

Venha o novo ano. Com Deus mais uma vez lutarei e vencerei.


 O Espírito Santo nos Ajuda

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Sim, Jesus nos deu uma grande missão. A missão de viver como discípulos, de fazer discípulos em cada povo, de proclamar o seu Reino e fazê-lo conhecido entre as nações até que ele venha.

Além da grandeza do mundo e da imensa população do globo, ainda existem obstáculos muito além de nossas forças. A carne, o mundo e Satanás continuam tão presentes quanto estavam no passado. Esses elementos continuam se opondo, dentro e fora de nós, dentro e fora do Corpo de Cristo, impedindo que sua obra seja completamente realizada.

Entretanto, não estamos sozinhos, desamparados. Ele não nos deixou órfãos, não nos abandonou neste mundo com nossas limitações e fraquezas. Ele nos enviou O Ajudador. Talvez essa seja uma das melhores definições daquilo que o Espírito Santo representa para o cristão.

Humanamente falando é difícil ser cristão. É difícil vencer o pecado, é difícil obedecer, é difícil cumprir nosso chamado.  E ainda assim, quando olhamos para a história, vemos milhões de cristãos que venceram o pecado, obedeceram a Cristo e realizaram sua obra. Não fizeram isso porque eram especiais, mas porque deixaram-se ajudar pelo Ajudador celestial. Foram muito além do que pensavam, pois não fizeram isso em sua força, mas na força Dele.

Sansão não era um homem forte. Era tão fraco quanto qualquer um de nós. Isso mudava quando o Espírito se apossava dele (Juízes 14.6). Então ele se tornava capaz de matar um leão e derrotar exércitos. E algo pequeno em sua mão se tornava uma grande arma. E o mesmo se deu com Gideão, com Jefté, com Davi, com Elias e os demais profetas e apóstolos. O Espírito do Senhor os ajudou.

Por esse motivo a Bíblia fala tanto a respeito de nosso relacionamento com o Espírito. Ela fala que não devemos entristecer, nem extingui-lo. Manda sermos cheios do Espírito, andarmos no Espírito, ser guiados pelo Espírito. Fala nos frutos do Espírito, nos dons do Espírito, nas coisas do Espírito.

Precisamos aprender a dar lugar ao Espírito, precisamos ser cheio Dele, precisamos dar lugar a Ele para que nossa vida seja fortalecida e conduzida por Ele. Somos filhos de Deus e todos os que são filhos de Deus são guiados, conduzidos, capacitados pelo Espírito de Deus (Romanos 8.14). Só assim cumpriremos nosso papel neste mundo e de nenhum outro modo.


 O Deus Inevitável

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Portanto, assim te farei, ó Israel! E, porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. (Amós 4.12)

 

Uma pessoa pode buscar a Deus neste mundo e encontrá-lo. Pode servi-lo e amá-lo de todo coração. Ou pode rejeitá-la e negá-lo. Pode até mesmo dizer que Ele não existe. No entanto, em algum ponto de sua história, terá de encontrar-se com Ele e responder por seus atos. Deus é inevitável para todo ser humano. Nada e nem ninguém escapou ou escapará Dele.

Alguém pode dizer que Ele não existe. Pode escrever livros tentando provar suas afirmações. Pode até fazer palestras negando a realidade divina. Nada disso irá funcionar. Deus é real, aliás, é a Realidade última a quem cada um prestará contas. “Todas as coisas estão nuas e patentes diante Daquele com quem havemos de tratar” (Hebreus 4.13).

Não há esconderijos quando se trata de Deus. Não pensar Nele não faz com que Ele deixe de existir. Alguém pode fazer calar sua consciência, mas não pode calar o Senhor. Pode dopar-se e até esquecer quem é. Nem isso mudará em qualquer ponto quem Deus é. Terá que haver-se com Ele, agora, ou na eternidade. Alguns filósofos ensinaram que o homem foi quem criou Deus. Mesmo eles, um dia descobrirão para seu próprio terror que Ele é o Criador e nós meras criaturas. Nossa inteligência e criatividade não podem apagar Deus, por mais que queiramos.

“Sou eu apenas um Deus de perto”, pergunta o SENHOR, “e não também um Deus de longe? Poderá alguém esconder-se sem que eu o veja?”, pergunta o SENHOR. “Não sou eu aquele que enche os céus e a terra?” (Jeremias 23.23, 24)

Ninguém foge de Deus. Apenas tenta fugir. Essa tentativa não passa de tolice. Nenhuma ação, nenhuma palavra, nenhuma ideia pode apagar Deus. Alguém pode negar a existência do Sol ou se esconder dele no mais profundo da terra. No entanto, o Sol permanecerá, brilhante como sempre foi.

Mais cedo ou mais tarde todos terão de encontrá-Lo. Ele é inevitável. Por isso, a coisa mais sábia e sensata a fazer é render nossa vida a Ele completamente. Qualquer lugar longe Dele será sempre inseguro, pois o lugar mais seguro do universo é estar em Suas poderosas mãos.


 O Deus de Todas as Circunstâncias

Por Eguinaldo Hélio de Souza

O homem de Deus foi ao rei de Israel e lhe disse: “Assim diz o SENHOR: ‘Como os arameus pensam que o SENHOR é um deus das montanhas e não um deus dos vales, eu entregarei esse exército enorme nas suas mãos, e vocês saberão que eu sou o SENHOR’ ”. (1 Reis 20.28)

Para Deus não há situações desfavoráveis, Ele não é menos Deus porque as circunstâncias mudaram. Ele trouxe vitória a Israel nas montanhas e traria vitória nos vales também. Nosso êxito talvez necessite que as coisas sejam sempre favoráveis ou que nunca mudem. O êxito de Deus, não.

Nós geralmente tememos quando as coisas se alteram, quando as condições são outras e já não parecem tão positivas. Nessa hora não é incomum nosso coração temer e pensar que a superação será muito difícil ou talvez impossível. Mas não é assim.  Nós não andamos sozinhos neste mundo, não lutamos sozinhos, lutamos com Deus e por Deus.

Aos olhos de Deus, uma montanha não é muito diferente de um vale ou de uma planície, assim como um problema não é maior do que o outro. Deus já curou simples dores de cabeça e já sarou cancerosos terminais. Sua força na peleja é invencível sempre. Ele já nos provou ser Deus na abundância e na calmaria. Ele já nos mostrou várias vezes que é nosso Deus nas montanhas e igualmente nos vales profundos.

Como Pedro, olhamos simplesmente para nós, para o mar e para o vento. Quando na verdade, se estamos caminhando firmes é porque a princípio soubemos olhar para o Senhor e ouvir a sua voz. Estamos onde estamos porque ele nos chamou e nossa vitória continua tão dependente Dele como no início. O mais importante não é para onde sopra o vento ou qual a sua intensidade. O mais importante é Quem nos conduz e nos garante.

Seja nas montanhas ou nos vales, nas situações boas ou ruins, a nossa vitória dependerá sempre de Deus.

O Senhor é nosso Pastor, quer nos pastos verdejantes e nas águas tranquilas, quer no vale da sombra da morte.


 O Deus Que Nos Vê

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Este foi o nome que ela deu ao SENHOR que lhe havia falado: “Tu és o Deus que me vê”, pois dissera: “Teria eu visto Aquele que me vê?”

 

Muitas vezes o sentimento de solidão e abandono nos domina. Nós nos sentimos desamparados por tudo e todos, até por Deus. Chegamos a pensar que Ele nos esqueceu e que caminhamos neste mundo à mercê de acontecimentos ruins que nos ferem e magoam. Achamos que nossos problemas e necessidades estão ocultos aos olhos do Senhor. Como Hagar no deserto, pensamos que é o fim, que a situação é demais para nossas forças, e não sobreviveremos. Isso é  um engano.

Deus é o Onisciente, Aquele que tudo sabe. Ele a tudo vê. Nem sempre compreenderemos seu aparente silêncio e sua aparente quietude. Sim, aparente, porque na verdade Ele nunca se cala, nunca se aquieta. Como diz o Salmo 121, o seu guarda não dorme. Não, o guarda de Israel nunca descansa nem dorme (v. 3,4 – Bíblia Judaica). Ele trabalha enquanto você dorme e fala enquanto você busca respostas. Como escreveu A. W. Tozer: Deus não está calado, e nunca esteve. Falar faz parte da natureza de Deus. Agora mesmo Ele tem uma palavra para você.

Deus não é nosso sentimento. O que sentimos não determina os fatos sobre Ele. Achar que Ele está longe não o torna distante, sentir-se esquecido não O faz esquecer-se de nós. Nem sua queixa muda o cuidado de Deus  por você. “e por que se queixa, ó Israel: “O SENHOR não se interessa pela minha situação; o meu Deus não considera a minha causa”? (Is 40.27). Sim, Ele considera todas as suas causas, pois sua vida pertence a Ele. E tempo vai mostrar que isso é verdade, como ele mostrou para Hagar no deserto.

Hagar não morreu. Ismael não morreu. Pelo contrário, suas vidas se prolongaram ao ponto de possibilitar a formação de um povo numeroso, pois Ismael é o pai dos árabes. A história daquela mãe e seu filho continuou porque  há um Deus que nos vê. Assim será com você. O Deus que vê você tem um plano e um bom propósito (Jr 29.11). Ele começou em você boa obra e a concluirá até o dia de Jesus Cristo (Fl 1.6).

 


 O Crente Mínimo

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Vivemos em tempos difíceis, onde o título “evangélico” ou “crente” perdeu muito de seus valores antigos. Pessoas sem compromisso, sem constância, sem definição de si mesmas são incluídas entre os cristãos.

Mas existe um padrão mínimo para ser um cristão.

De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor… (Atos 2.41-43)

Receber a palavra é o primeiro passo. Não apenas ouvir a palavra, mas recebe-la, aceita-la como de Deus. O cristão entende que ela é a revelação de Deus para sua vida. À partir daí a Bíblia precisa ter presença constante em sua vida.

Um segundo fato é que um verdadeiro crente é aquele que persevera. Não somos apreciadores do Evangelho. Somos participantes. No mínimo, precisamos ter constância nas coisas de Deus. Um verdadeiro crente persevera.

Persevera na doutrina dos apóstolos. Isso significa ter uma liderança sobre si. Quem é seu líder? A quem você responde? Somos membros de um corpo. Não existem membros independentes em um organismo. Todos são interdependentes. Um crente verdadeiro, no mínimo, é capaz de identificar a autoridade sobre si.

Persevera na comunhão. Ninguém pode ser crente sozinho. “Servir a Deus em casa” é o primeiro passo para servir a Deus em lugar nenhum. É preciso conviver com outros cristãos se queremos caminhar com Deus. Perseverar na comunhão com outros cristãos é o mínimo que um crente deve fazer.

Persevera no partir do pão. Participar da Ceia do Senhor identifica um crente. O pão e o vinho são os símbolos de nossa aliança com Deus. Qualquer pessoa pode receber uma bênção de Deus ou mesmo uma promessa. Somente salvos podem viver uma vida em aliança com Deus.  Participar da Ceia do Senhor é o mínimo que um crente deve fazer.

Persevera nas orações. Quem não sabe falar com Deus não é Dele. Ele é o Pai e nós os filhos. Isso supõe relacionamento e intimidade. Ninguém vive com Deus sem falar com Deus constantemente. Perseverar na oração é o mínimo que um cristão pode fazer.

Receber a palavra, sujeitar-se à autoridade, viver em comunhão com outros cristãos, participar da Ceia do Senhor, ter uma vida de oração, são as necessidades mínimas para um cristão. Perseverar nessas coisas é o mínimo que um cristão deve fazer se quer ser reconhecido como cristão. Menos que isso é subcristianismo e não poderá satisfazer o coração de Deus.


 O Chamado Para Sustentar

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

A história da viúva de Serepta também é em parte nossa própria história. Ela não foi chamada para pregar, para curar ou para profetizar. Ela foi chamada para sustentar. Sustentar o ministério de Deus através do profeta, sustentar Sua obra, Sua causa. Isso também é um chamado divino.

O que ela fez por Elias não foi fruto do acaso, foi fruto da determinação  divina. Levanta-te, vai a Serepta de Sidon, e habita ali. Ordenei a uma mulher viúva ali que te sustente (1 Rs 17.9). Embora ela mesma ignorasse, não estava sendo movida por obrigação, nem mesmo por compaixão. O que ela fez foi motivado pelo decreto de Deus.

O propósito de Deus não incluía apenas o profeta, mas incluía o sustentador do profeta. O Deus que levantou Elias também levantou a viúva. O Deus que ordenou a ele que profetizasse e proclamasse sua palavra, ordenou a essa viúva que fosse a provedora da obra dele. Os propósitos de Deus não incluem apenas a obra de Deus, mas incluem também você, chamado para ser o sustentador dessa obra. Deus é o Deus que cuida de tudo. Cada um tem sua função, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos (1 Co 12.6).

Entretanto, essa determinação divina trás também a capacitação divina. Se aquela viúva haveria de suprir Elias ela somente o faria porque Deus a supriria também. O Deus que ordena é o Deus que capacita. Suprimos porque somos supridos por Ele, ajudamos por que fomos ajudados, agimos porque Ele opera em nós. Nossa capacidade vem de Deus (2 Co 3.5), inclusive a capacidade de ajudar  financeiramente.

As ordenanças divinas também trazem consigo a bênção. Seus mandamentos são um privilégio, pois bem-aventurado é aquele que obedece. A obediência produz a bênção. Asseguro-lhes que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, (…) Contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, senão a uma viúva de Sarepta, na região de Sidom. (Lc 4.25, 26). Há muitas pessoas nesse mundo que talvez tenham mais do que você. Entretanto, foi você o escolhido para ser sustentador de Sua obra. Aproveite esse privilégio. Obedeça e contemple a bênção do Senhor sobre a sua vida.


 Nosso Deus Também Fecha Portas

Por Eguinaldo Hélio de Souza

           

Então, me fez voltar para o caminho da porta do santuário exterior, que olha para o oriente, a qual estava fechada. E disse-me o SENHOR: Esta porta estará fechada, não se abrirá (Ezequiel 44.1, 2)

 

Sempre proclamamos Deus como Aquele que abre todas as portas. Ele é em nossa mente, antes de tudo, o Deus que abriu o Mar Vermelho para o seu povo. Todavia, isso não é tudo.

Nosso Deus também fecha portas. Fecha e ninguém abre! (Apocalipse 3.7). Isso pode parecer negativo. Lembre-se, porém, que tudo que vem das Suas mãos tem um propósito glorioso.

Mesmo que todas as portas estejam fechadas, Deus continua sendo Deus! Ele não é menos Deus somente porque queremos ir a certos lugares, fazer certas ações, obter certas conquistas e não podemos.

Portas fechadas não mudam Deus. Seu amor, Seu poder, Seus propósitos para as nossas vidas permanecem os mesmos. Coisas que nos incomodam não incomodam a Ele. Assim como Ele abre caminhos para cumprir seus propósitos, Ele também as fecha para fazer a mesma coisa.

Paulo e seus companheiros viajaram pela região da Frígia e da Galácia, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia. (…)  tentaram entrar na Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu. (…) Durante a noite Paulo teve uma visão, na qual um homem da Macedônia (…) suplicava: “Passe à Macedônia e ajude-nos”. (…) preparamo-nos para partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos tinha chamado para lhes pregar o evangelho (Atos 16.6-10). Assim o Evangelho chegou à Europa e da Europa ao mundo.

Não estou dizendo para desistirmos diante de cada porta fechada. Estou apenas dizendo que portas fechadas não significam o fim e podem significar até mesmo um novo começo. Só o futuro nos mostrará. Hoje basta confiarmos.

Se cremos na direção e presença Dele em nossas vidas, não podemos desconfiar de cada dificuldades como se a frustração de nossos planos e a suspensão de nossos anseios significasse que Ele está impotente. Nas nossas impotências Deus está agindo. Nas nossas impossibilidades Ele está criando verdadeiras possibilidades.

Definitivamente, Deus é Deus também das portas fechadas.