Perdão e Culpa

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Quando falamos de perdão temos que considerar duas coisas. Aquilo que ocorre fora de nós e aquilo que ocorre dentro de nós. O pecado gera ofensa a Deus ou a outras pessoas. E por isso precisamos de perdão. Esse perdão vem quando nos arrependemos de coração e nos humilhamos.

Deus é um Deus perdoador. Contigo está o perdão para que sejas temido (Salmo 130.4). Ele tem prazer em perdoar o arrependido. Ele é o Pai de braços abertos, ansioso para abraçar o filho perdido que está voltando. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a iniquidade (1 João 1.10). Ele nos perdoa e nos purifica. Ele anula a nota de acusação contra nós, quita a dívida adquirida e ainda mais, ele nos limpa da mancha do pecado em nossa alma.

Da mesma forma é muito bom quando nos aproximamos de alguém e pedimos perdão, seja um pai, uma mãe, uma esposa, um marido, um filho. É tão bom receber o abraço remidor.

Poderíamos supor que tudo termina aqui. Nem sempre. Porque em todo esse processo, a culpa se foi, mas o sentimento de culpa continua. Não há mais acusação e ainda assim nos sentimos acusados. Fomos perdoados por Deus, fomos perdoados pelos outros, entretanto, não perdoamos a nós mesmos. Olhamos desconfiados ao nosso redor e qualquer ocorrência negativa nos faz pensar em nossos erros. Eles já foram apagados do coração de Deus, só que continuam escritos em nossos corações. Deus não se lembra mais deles, enquanto nós não conseguimos esquecê-los.

Temos o perdão divino, mas nosso sentimento de culpa não nos deixa desfrutá-lo. Como aquele soldado japonês que permaneceu anos escondido na floresta sem saber que a 2ª Guerra já tinha terminado, vivemos escondidos e com medo por ignorarmos que nosso pecado foi perdoado. Nossa mente sabe que sim. Nosso sentimento diz que não. Deus não nos acusa, mas nós nos acusamos.

Isso gera tristeza desnecessária, gera desânimo, gera desconforto. No lugar do pai temos um senhor exigente e pronto para nos punir. Perdemos o melhor do Evangelho: o amor e a graça de um Deus Pai Perdoador.

O remédio? Apropriar-nos da verdade da Palavra. Olhá-la não como uma impressão sobre um papel e sim como aquilo que de fato ela é – a realidade fora e dentro de nós. Dentre as muitas palavras a escrever no fundo de nossas almas está Romanos 5.1

Justificados, pois, pela fé temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.

Se Deus nos declarou justos, podemos nos chegar a Ele como justos. E receber ser abraço.

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