Tu És Maior, Senhor

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Maior é Aquele que está comigo do que aquele que está no mundo (1 Jo 4.4).

Maior é Aquele que me ama do que aqueles que me odeiam. Maior é o que me protege do que o que me ataca, maior o que sustenta do que aquele que tenta me derrubar. Maior é o verdadeiro Leão que venceu (Apocalipse 5.5) do que o falso leão que me rodeia (1 Pedro 5.8)

Tu és Maior, Senhor, maior do que qualquer coisa que venha me afligir. Tua cura é maior que minha dor, tua força maior que o meu problema, tua paz maior do que todas as minhas preocupações. Em Ti há toda suficiência e essa suficiência está infinitamente além de todas as minhas necessidades.

Até tua loucura é maior que minha sabedoria, até Tua fraqueza muito maior que minha força (1 Coríntios 1.25). Na verdade tão imensa é tua grandeza que sequer posso compreendê-la. Existem muitas coisas que preciso aprender a Teu respeito e dentre essas coisas, preciso aprender na prática quão grande és Tu!

Na pequenez da minha fé eu me assusto com o tamanho dos gigantes e dos muros das terras que eu tenho que conquistar (Números 14.28). Na limitação da minha compreensão não consigo perceber que as tribulações do tempo presente nem se pode comparar com a glória que em mim será revelada (Romanos 8.18). Ignoro que até os meus inimigos sabem que a rocha deles não é como minha Rocha (Deuteronômio 32.31)

Quão grande és Tu, Senhor, de modo que nem os céus e os céus dos céus podem te conter. Toda grandeza que vemos é apenas a orla do teu poder. Tu és poderoso para fazer as coisas infinitamente maiores do que pedimos ou pensamos, segundo o teu poder que em nós opera (Efésios 3.20). Insondáveis são os teus juízos e inescrutáveis os teus caminhos (Romanos 11.33)

Ajuda-me a conhecer tal grandeza, a entender ao menos um pouco do teu poder para que eu saiba o Deus que tenho e sirvo e para que não fique prostrado diante de coisas tão pequenas. Para que eu não pare diante das adversidades, nem volte atrás por causa de qualquer palavra de qualquer pessoa, para que eu caminhe na confiança de que um Deus infinitamente grande caminha diante de mim e garante a minha vitória.


 Com Toda a Tua Força

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força… (Eclesiastes 9.10)

Nem sempre o que fazemos, fazemos com todo o nosso coração. Mesmo muito do que fazemos para o Senhor e para o Reino é feito de modo automático ou displicente, sem devoção, amor ou zelo. Ou pior ainda. Muitas vezes realizamos nossas tarefas com má vontade e com murmuração, motivados por rivalidades ou vaidades. Deus tenha misericórdia de nós.

Também por isso desistimos. Também por isso sentimos grande peso em nossas atividades, que são feitas com um coração dividido e uma mente dividida. Não nos entregamos àquilo que estamos realizando, mas vivemos na casa do amanhã e habitamos em outras coisas enquanto fazemos outras. Não há paixão, não há alma, não há coração nas obras de nossas mãos.

Oramos só com retórica ao invés de orar no espírito. Adoramos de boca e não de coração. Lemos a Bíblia como rotina e não como quem anseia pela voz de Deus. Obedecemos por fora enquanto por dentro protestamos, reclamamos, contestamos. Começamos as coisas no Espírito e terminamos na carne. Iniciamos motivados pelo ardor divino e logo caímos nas cinzas da razão humana. Por isso não há alegria, não há vida e nem glória para Deus em muito do que fazemos.

Não basta fazer. Precisamos fazer com todas as nossas forças. Só assim o que fazemos glorificará a Deus e terá valor eterno. Pois tudo o que vale a pena ser feito, vale a pena ser bem feito.

Porque, se prego de livre vontade, tenho recompensa; contudo, se prego por obrigação, estou simplesmente cumprindo uma incumbência a mim confiada. (1 Coríntios 9.17)

A vida é curta demais para gastá-la em atividades mal feitas. Ou amamos o que fazemos ou é melhor deixar de lado. Se o nosso sim for um não ou nosso não for um sim, nenhum fruto real nós teremos. Será só aparência. Será nada aos olhos de Deus. Fazer algo sem querer fazê-lo, não é fazer. É enganar-se a si mesmo.

E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. (Colossenses 3.23, 24)

Talvez não seja necessário parar ou fazer outra coisa. Talvez só seja necessário mudar como você faz. E isto, é uma questão do coração.


 Por Que Você Parou?

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

 

Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil. (1 Coríntios 15.58)

Por que você parou? Você era uma pessoa tão consagrada ao Senhor. Você gastava tempo em oração, tempo com a Palavra e desfrutava da presença e da graça Dele de maneira especial. Hoje, você o busca quando sobra tempo, você O sente ocasionalmente. O que aconteceu?

Quantas vezes sentiu que Ele dirigia seus passos? Quantas vezes Ele falou ao seu coração? Você produzia muito fruto para a glória Dele! Não media esforços, não havia tempo ruim, nem situação que você não superasse. Você o colocava em primeiro lugar e não permitia que nada e nem ninguém ocupasse o espaço que era Dele. Sua paixão por Ele era visível e se refletia em tudo que você fazia. Por que não é mais assim?

Onde está aquela intimidade, aquela simplicidade e o desejo de agradá-lo com toda sua vida? Ele abençoou tanto, foi fiel em tudo que prometeu, jamais deixou ou esqueceu você e você sabe disso. Por que então a frieza, a mornidão, a indiferença? Ele não mudou. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hebreus 13.8).

Por que você parou? Foram lutas, feridas, decepções? Você no fundo sabe que faz parte da caminhada e que ninguém neste mundo escapou dessas situações difíceis, nem mesmo Jesus. Ele tem bálsamo para cada ferida, lenço para cada lágrima e consolo para cada tristeza. Você experimentou isso e sabe que é verdade.

Por que você parou? Pode ter sido o desânimo natural que atinge a todos. Então levanta e anda. Então torna a levantar as mãos cansadas e os joelhos vacilantes (Hebreus 12.12). Aqueles que esperam no Senhor renovam suas forças (Isaías 40.31). Sim, Ele renova.

Talvez o peso que você carrega seja grande e os espinhos que ferem seus pés sejam dolorosos. Ninguém está em seu lugar, nem vive o que você vive. Há sofrimentos que só você sabe. Ainda assim, o Deus que carregou você no passado tem poder para continuar carregando, apesar das novas circunstâncias. Ele não se cansa e nem se fadiga (Isaías 40.28)

Você nem percebeu que parou? Agora que sabe, caminhe, marche. Esforça-te e clama (Gálatas 4.27). A obra de Deus em e através de sua vida ainda não terminou.


 Silêncio da Alma

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Decerto, fiz calar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, assim é minha alma para comigo (Salmo 131.2)

Não poucas vezes, se você olhar dentro de si, perceberá sua alma inquieta. Seu corpo estará parado, mas seu interior estará em erupção, dominado por ansiedade, nervoso, agitação, medo. Não há paz e nem repouso algum. Os que o olham não percebem. Você parece em grande calma, mas em seu coração só há guerra.

Nem sempre há uma razão para esse estado interior. Não há nada oprimindo sua vida ou se há, não é nada muito grave. E ainda assim nós insistimos em manter nossa vida interior em um estado de alerta e nos recusamos a descansar em Deus. É como se quiséssemos mudar as coisas através de nossas preocupações, coisa que certamente não podemos.

Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? (Mateus 6.27)

Esse estado interior nos priva de muitas coisas. Não conseguimos confiar em Deus e nem ouvir sua voz. Nossa comunhão com Ele fica prejudicada e ao invés de desfrutar de Sua Presença, parece que Ele está sempre distante. Jesus vem em nossa direção, mas achamos que é um fantasma.

Então dobramos nossos joelhos para orar e queremos falar sem parar diante Dele como que se mera tagarelice tivesse algum poder para movê-lo. Nossa oração torna-se um falatório sem sentido, ao invés de um tempo de comunhão e desfrute de sua maravilhosa graça. Não conseguimos derramar nosso coração perante Deus, somente despejar todo esse agito sem sentido.

Precisamos que o Senhor aquiete também as ondas agitadas de nosso mar interior. Precisamos que as tormentas da alma também se calem e não somente as tormentas externas. Precisamos dizer como canta o poeta: “Aquieta minha’lma. Faz meu coração ouvir tua voz”.

Muitas vezes nos tornamos viciados nesse frenesi interno. Confundimos agitação com energia, desassossego com força. Quando na verdade o profeta diz: “Em vos converterdes e em repousardes está a vossa salvação; no sossego e na confiança está a vossa força, mas não o quiseste” (Isaías 30.15)

Por fim, não podemos esquecer o grande e poderoso chamado:

“Vinde a mim todos que estais cansados e sobrecarregados. (…) E encontrareis descanso para as vossas almas” (Mateus 11.28,29b)