Por Eguinaldo Hélio de Souza
Arrependei-vos e crede no Evangelho (Marcos 1.15)
Deus nos chama para um arrependimento profundo e não para um remorso passageiro. Muitos reconhecem seus erros vagamente, concordam mentalmente que não deveriam ter feito o que fizeram, ter dito o que disseram ou que não é correto viver como vivem. Todavia, após constatar isso, continuam vivendo como se os mandamentos de Deus fossem meros conselhos e não regras absolutas sobre as quais prestarão conta. Muitos, mesmo reconhecendo sua falibilidade, não sentem por ela qualquer peso.
Quando Deus nos chama para o arrependimento Ele não está nos dando uma opção de obedecê-Lo ou não. Ele está dizendo que não podemos mais ser quem somos e viver como vivemos. Precisamos mudar nossos hábitos, mudar nossa maneira de pensar e ver tudo sob a perspectiva Dele.
Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! (Isaías 6.5)
O grito e a aflição de Isaías demonstraram o quanto ele compreendeu o que estava em jogo. Ele havia visto um Deus Santo, Puro, Glorioso. Os maus hábitos de sua boca eram uma ofensa a esse Deus Sublime. Viu que seus atos não eram algum tipo de comportamento facilmente desculpável por um Deus afetuoso e bonachão. Eram uma afronta à Santidade Divina. Continuar fazendo o que fazia seria como cuspir no rosto Daquele que estava assentado no alto e sublime trono. Ele aguardava a morte a qualquer momento. Seu arrependimento foi tão profundo que o fez profeta do Altíssimo.
As pessoas podem até corrigir seus maus hábitos por um motivo ou outro. Arrependimento no sentido bíblico, porém, é algo muito mais radical. É enxergar nossos pecados sob a luz da Luz de Deus. É perceber quão sério é desobedece-Lo, ignorá-Lo, resisti-Lo. É começar a ver as coisas como Deus as vê.
Isso não significa que o arrependido jamais errará novamente. Significa que ele jamais verá suas atitudes, palavras e pensamentos da mesma forma novamente. No arrependido, a contínua consciência da sua própria pecaminosidade o levará a viver em temor reverente diante de Deus, com uma clara convicção que é só por sua infinita misericórdia que não somos consumidos.