Por Eguinaldo Hélio de Souza
Muitos estão esperando o impacto de profetas trovejantes ou sarças ardentes que nunca virão. Enquanto isso se mantém surdos à voz do Espírito que já lhes tem falado tantas vezes. Não entendem que a certeza é fruto da fé no invisível, é o resultado da obediência a um chamado que só quem recebeu conhece. A grande maioria dos que partiram em obediência, ouviram a Voz no mais íntimo de seu ser, no santo dos santos do seu coração.
Cheguei a Jerusalém e, depois de três dias de permanência ali, saí de noite com alguns dos meus amigos. Eu não havia contado a ninguém o que o meu Deus havia posto em meu coração… (Neemias 2.11, 12).
As notícias sobre a situação de Jerusalém e da Judeia, trazidas por Hanani, abalaram o espírito de Neemias. Ele foi de tal modo tocado, de tal modo comovido, que logo estava de joelhos, em jejum, buscando saber a vontade de Deus. Assim, ele renunciaria sua posição de destaque no governo Persa para atender um chamado superior. Não lhe era mais possível continuar onde estava (Neemias 1).
Muitas vezes pensamos que são os nossos desejos, mas são os desejos Dele. Achamos que estes pensamentos são fruto de nossa empolgação e na verdade nasceram da Sua Presença em nós. E estes sentimentos certamente não foram produzidos pela nossa natureza decaída. São as paixões do Cristo que vive em nós. Assim é o sutil chamado de Deus.
Todas as grandes realizações feitas em Deus, um dia estiveram ocultas. Antes que uma missão se tornasse um feito visível, esteve invisível no coração de alguém. E antes de se tornar invisível no coração de alguém, já esteve escondida no coração de Deus. É em nossa comunhão com Ele que os propósitos Dele são compartilhados e se tornam nossos. Nossa resposta a esses projetos, torna-os tangíveis aqui neste mundo.
Sim, podemos nos enganar, achando que é Dele o que na verdade procede de nosso coração. Entretanto, da mesma maneira podemos nos enganar, achando que seu chamado em nós não passa de cogitações humanas. Este é o desafio. Ele jamais nos dará um caminho para ser trilhado com base na razão humana. O justo viverá da fé e somente pela fé poderá percorrer a carreira que lhe está proposta.