Por Eguinaldo Hélio de Souza
Quando se trata de realidades espirituais é muito fácil não enxergar o que está diante de nós. Sobre os discípulos nós lemos que “seus olhos estavam como que fechados” (Lc 24.16). Não foram capazes de reconhecer o Senhor que a caminhava ao seu lado. Nós não somos muito diferentes.
Quando Hagar foi mandada embora por Abraão ela se deitou debaixo de um arbusto para morrer, pois a água de seu odre havia acabad o. Então Deus lhe abriu os olhos, e ela viu uma fonte. Foi até lá, encheu de água a vasilha e deu de beber ao menino (Gn 21.19). Havia água abundante, mas ela não a viu. Assim há muitos morrendo juntos às fontes de Deus sem enxergá-las.
Também quando Balaão tomou o rumo em direção à terra de Canaã o Anjo do Senhor se pôs no caminho para matá-lo, pois ele estava sendo movido por ganância e maus sentimentos. Até a mula que estava sob ele viu o Anjo enquanto ele mesmo não o viu. Até que seus olhos foram abertos e ele pode ver o perigo que estava correndo. Então o SENHOR abriu os olhos de Balaão, e ele viu o Anjo do SENHOR parado no caminho, empunhando a sua espada. Então Balaão inclinou-se e prostrou-se, rosto em terra (Nm 22.31). Com olhos vendados há muitos seguindo um caminho de destruição.
Até mesmo a Palavra de Deus pode permanecer um livro fechado para nós. Muitos são aqueles que a lêem, mas é como se não tivessem lido. Seu entendimento permanece fechado e eles não são influenciados pelas Escrituras. É como se Deus nada lhes falasse através delas. É preciso que os olhos do nosso entendimento sejam abertos e a luz de Deus em suas páginas ilumine nossos passos e oriente nossa caminhada. Assim foi com os discípulos. Então [Jesus] lhes abriu o entendimento, para que pudessem compreender as Escrituras. (Lc 24.45). Por isso a oração do salmista “Abre meus olhos para que eu compreenda as maravilhas de tua lei” (Sl 119.18) tem de estar sempre em nossos lábios.
Que o Senhor abra os nossos olhos para bebermos de suas fontes, desviarmos nossos pés da morte e vivermos à luz da sua Palavra.