Por Eguinaldo Hélio de Souza

Não é impossível que alguma pessoa em algum momento cause imensa dor em seu coração. Não é impossível que o inimigo use esses momentos para abrir uma ferida profunda em sua alma. Não é impossível essa dor se transforme em uma terrível amargura. E se isso vier a acontecer você precisa de cura o mais rápido possível.

Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus; que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando muitos (Hebreus 12.15).

A palavra para raiz de amargura aqui tem um significado muito forte. Seria uma “raiz venenosa”. É fácil perceber todo o estrago que  isso pode causar à alma de alguém. Se o veneno podem para matar o corpo, as raízes de amargura podem matar a alma de quem a possui e também a alma dos que se deixarem contaminar.

Não permita tal coisa em seu coração. Talvez não seja fácil, talvez não seja simples, talvez não seja rápido, mas você precisa e pode perdoar. Você pode ver diluída no amor de Cristo essa amargura de sua alma, você pode ter  essa ferida cicatrizada Naquele de quem foi dito “… e pelas suas feridas nós fomos sarados” (Isaías 53.5).

Pela compaixão de Cristo para conosco, perdoe, e não deixe nenhuma raiz venenosa dominar a sua alma. Pelo grande amor de Deus, não permita que sentimentos destruidores excluam você da imensa graça de Deus. Ele não só perdoou você, como pode ajudá-lo a perdoar. Deposite sua amargura aos pés Daquele que tem poder de transformar toda maldição em bênçãos. “O Senhor transformará minhas trevas em luz” (Salmo 18.28). Aquele que curou seu corpo tem poder para curar sua alma.

Não deixe que a amargura de outros deixe você amargo também. Chore com os que choram, ria com os que riem, mas não se amargure com os amargurados. Não deixe que o veneno em seus corações o contamine. Não deixe que palavras destruidoras nascidas de raízes venenosas venham a afligir o seu coração. Que a impureza de outros não torne você impuro, mas que sua pureza em Deus torne outros puros.

Que a doçura de Cristo em sua alma ponha fim a toda amargura.

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Há tensões em nossa vida cristã que só os renascidos em Deus experimentam. Nossa salvação não é apenas mudança de hábitos ou filiação a uma igreja. Acontecem alterações profundas na vida de um ser humano quando ele tem um encontro real e transformador com Deus.

Primeiramente, sua relação com o mundo espiritual é outra, pois sai do domínio das trevas e se submete à autoridade divina. “Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado” (Colossenses 1.13). Mudamos de rei. O Senhor é o nosso soberano agora. Todavia, o mundo ao nosso redor permanece o mesmo. O mundo jaz no maligno (1 João 5.19). Logo, somos propriedade do Deus vivo em um mundo dominado pelos poderes das trevas. O conflito, muitas vezes, é inevitável. A tensão é grande e só terminará quando Satanás for esmagado embaixo de nossos pés (Romanos 6.20)

Em segundo lugar, ganhamos uma nova natureza. Nascemos de novo, nos tornamos nova criação em Cristo Jesus (2 Coríntios 5.17). E, contudo, ainda estamos neste corpo, carregando em nós a velha criatura. Há então uma tensão em nós, uma luta entre o novo e o velho que só cessará na eternidade. “Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam” (Gálatas 5.17). Terminará quando o mortal for absorvido pela vida (2 Coríntios 5.4)

E por fim, não somos deste tempo. Experimentamos já agora os poderes do mundo vindouro (Hebreus 6.5). “Não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura” (Hebreus 13.14) Este mundo e todas as suas condições são provisórios, aguardando “o tempo da restauração de todas as coisas que Deus falou pela boca de seus santos profetas desde o princípio” (Atos 3.21). Nosso coração anseia pelo amanhã, clama pelo dia em que Deus será tudo em todos.

Carne contra Espírito, Reino de Deus contra o Reino das trevas, presente contra futuro. Essa é a nossa luta e embora seja maior do que nós, o nosso Ajudador é maior do que ela. “Mas em todas essas coisas, somos mais que vencedores, por Aquele que nos amou” (Romanos 8.37)

Por Eguinaldo Hélio de Souza

“Engrandecei ao Senhor comigo; e juntos exaltemos o seu nome” Salmo 34.3

O tempo de adoração em nossas orações revela o tipo de cristão que nós somos: pedintes ou adoradores. Não que não devamos pedir. Isso faremos naturalmente, por nós e por outros. Entretanto, aquele que conhece a Deus não consegue se aproximar sem adorá-lo. Pelo que Ele é, pelo que Ele faz, pelo que Ele fez.

Todo apaixonado olha com olhos especiais e vê o que ninguém mais vê. E se tem chance de falar, com certeza vai elogiar revelando todas as coisas belas que viu. Esse é o adorador do Deus vivo.

 Impossível conhecer a Deus e não amá-lo. Impossível amá-lo e não desejar se achegar a Ele. Impossível se achegar a Deus e não adorá-lo.

 1. Adorando a Deus pelo que Ele É

… Louvai-o conforme a excelência de sua grandeza Salmo 150.2

Deus, Tu és…

Eterno, Altíssimo, Único, Imortal, Maravilhoso, Bondoso, Glorioso, Formoso, Misericordioso, Majestoso, Todo-Poderoso, Santo, Fiel, Justo, Verdadeiro, Amável, Incomparável, Onipotente, Onisciente, Onipresente, Soberano, Excelso, Sublime, Criador, Sustentador, Salvador, Redentor

2. Adorando a Deus pelo que Ele faz

Louvai-o pelos seus atos poderosos… Salmo 150.2

É ele que perdoa todas as tuas iniqüidades e sara todas as tuas enfermidades; quem redime a tua vida da perdição e te coroa de benignidade e de misericórdia; quem enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a águia. O SENHOR faz justiça e juízo a todos os oprimidos. Salmo 103.3-6

3. Agradecendo a Deus pelo que ele fez

Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. 1 Tessalonicenses 5.18

Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. Salmo 103.1, 2

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Claro que não gostamos de desconforto. Qualquer coisa que nos incomode, desejamos imediatamente remover. Pode ser uma pessoa, uma situação, um incômodo físico, enfim, não aceitamos nenhuma adversidade e pensamos que elas devem ser afastadas de nossas vidas. Se isso não acontece logo, então nos aborrecemos e permitimos que se tornem verdadeiros pesos em nossos corações.

Oramos esperando que tudo mude automaticamente e se não acontece então achamos que é falta de fé nossa ou que existem pecados em nossa vida, que Deus não nos ama. Não entendemos porque outras pessoas não sofrem aquela situação e nós sofremos. Não aceitamos ser incomodados por ninguém ou por coisa alguma.

Isso não é bíblico, não é assim que as coisas funcionam no Reino de Deus. Também somos chamados para suportar. Suportar pessoas, suportar afrontas, suportar privações. Jamais teremos tudo concertado e corrigido ao nosso gosto. Algumas coisas demorarão a mudar e alguns talvez jamais mudarão.  Teremos de suportar muitas coisas que não gostamos e isso nos fará crescer.

José suportou a rejeição e a prisão durante muitos anos; Elias, apesar de toda sua fé teve de suportar a perseguição; a santidade de Paulo não o livrou das inúmeras prisões e sofrimentos. O próprio Jesus teve de suportar a dureza do coração dos seus doze discípulos. E você não pode suportar nada por amor a Ele?

Jesus suportou, os apóstolos suportaram, nós também devemos e podemos suportar muitas coisas por amor a Ele e com a graça Dele.

olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, (Hebreus 12;2)

 foi-me dado um espinho na carne (…) acerca do qual três vezes orei ao Senhor, para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.

Talvez você diga que não pode suportar, mas você pode. Porque você pode [suportar] todas as coisas, naquele que te fortalece. (Filipenses 2.13)

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Há uma solidão que fere o coração humano e que o arrasta para o fundo, para baixo. Não importa quantos estejam ao seu redor, ele se sente sozinho e abandonado, vazio e angustiado, nada e nem ninguém o preenche. Ele se sente só seja em uma festa, eu seu trabalho, em qualquer lugar, independente de quantos estejam ao seu redor. Ele se sente só em meio ao 7 bilhões de habitantes no planeta.

Porque nos criastes para vós e nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em vós, escreveu Agostinho no quinto século. E isso continua sendo verdade hoje. Corações que vivem longe de Deus, alienados de Deus, permanecem inquietos e solitários. Essa é a solidão humana. É quando a alma se sente abraçada por Deus em seu amor que essa solidão cessa.

Há, porém, outra solidão. A solidão que deve ser buscada, ansiada, desejada. O tempo de estar sozinho com Deus. Esse é um tempo bom, abençoado, em que nos colocamos diante de Deus com nossas lutas e saímos dessa solidão renovados.

É dito que Jacó, porém, ficou só, e lutou com ele um homem até o romper do dia (Gênesis 32.24). Naquele dia não mudou apenas seu nome para Israel, mas mudou a essência de seu ser, mudou destino.

Até mesmo sobre Jesus nós lemos: E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava (Marcos 1.35). Era nessa solidão que Jesus encontrava forças para abençoar as multidões. Como disse Henry Nowen, levar uma vida cristã significa viver no mundo sem ser dele. É na solidão que essa liberdade interior se fortalece.

Só você e Deus. Renunciando a companhia humana para desfrutar da companhia divina. Quem já experimentou momentos especiais como esse, em que tudo o mais silencia e só nossa alma dialoga com Deus, sabe o quanto isso é bom e abençoador. Há momentos de se buscar a Deus com nossos os irmãos. Há momentos de se buscar a Deus com a família. Há momentos de se buscar a Deus sozinho. E estes momentos são talvez os preciosos.

Quando passeamos pelas páginas da história da Igreja vemos que inúmeros foram aqueles que aprenderam que na solidão há força. Não a solidão não redimida, mas a solidão dos redimidos que aprenderam que o melhor refúgio é Deus.

Como escreveu A.D. Serdilange:

O retiro é o laboratório do espírito. A solidão interior e o silêncio são suas duas asas. Todas as grandes obras foram preparadas no deserto, inclusive a redenção do mundo.

Outra palavra abençoada sobre isso vem do século XV, nas palavras de Tomás de Kempis, alguém que já havia dito que ninguém sai com segurança em público, senão quem aprendeu a se esconder:

Enfada-me, muitas vezes, ler e ouvir tantas coisas; em Vós se encontra quanto quero e desejo. Calem-se todos os doutores; emudeçam as criaturas todas em Vossa presença; falai-me Vós só.

E para terminar, uma palavra do profeta Jeremias, um gigante espiritual que enfrentou toda uma nação e venceu. Muitas vezes ele se viu em solidões forçadas, mas era nas solidões voluntárias que ele sabia que poderia encontrar a Deus e ao seu poder.

Bom é o Senhor para os que se atêm a ele, para a alma que o busca. Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor. Bom é para o homem (…) assentar-se solitário e ficar em silêncio (Lamentações 3. 26 – 28).

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Existem muitas causas para os nossos sofrimentos. Alguns fazem parte do dia a dia, como doenças e ajustes familiares. Outros são conseqüências de ações passadas ou presentes. Também há os ardis de Satanás que nos rodeia e ataca. Outros são a soma de vários fatores, como dificuldades financeiras, geralmente resultado de escolhas nossas e da situação econômica vigente.

Entretanto, há um tipo de sofrimento ao qual precisamos estar atentos – o sofrimento imaginário. Algumas coisas são tão pequenas, tão insignificantes, e damos a elas importância enorme. Na verdade estamos sofrendo por nada. Se pensássemos melhor, veríamos que nosso suposto sofrimento é tolice.

E Deus perguntou a Jonas: “Você tem a razão de ficar tão aborrecido por causa de a planta ter morrido?” “Sim”, respondeu Jonas, “tenho razão de ficar aborrecido a ponto de querer morrer” (Jonas 4.9 – Bíblia Viva).

Jonas queria morrer porque um pé de abóbora morreu. E disse que seu sentimento era justo. Na verdade não era. Existem milhares de coisas milhares de vezes mais importantes do que um pé de abóbora. E existem em sua vida coisas mais sérias do que certas situações com as quais está se preocupando.

Há problemas que ainda nem aconteceram, talvez nem aconteçam, e você perde o sono por eles. Nosso orgulho é ferido e achamos que vamos morrer. É bom que nosso orgulho seja ferido, ou melhor, que ele morra mesmo. No entanto, nós não precisamos morrer por isto.

Quanta gente deprimida se diz esquecida. E elas? Estão dando atenção a quem? Cuidando de quem? Muitos talvez esqueçam você, mas você, com certeza, esquece mais gente ainda. Se estivesse se preocupando com outros não se sentiria esquecido.

Há sofrimentos que só existem no seu coração porque você permite. Quando você mudar a disposição de seu coração, verá que seu sofrimento é fumaça. O que é a morte de um pé de abóbora a uma Nínive perdida? O que é meu computador quebrado comparado a um mundo perdido em drogas, idolatria, engano? Seu maior problema já foi resolvido na cruz. Você terá uma eternidade com Deus. O restante, com a graça e a bênção Dele, você resolverá.

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Só Deus sabe realmente o quanto você é especial. Ele conhece plenamente seu potencial, seu valor. Mais do que isso. Só Ele conhece o seu futuro e os planos maravilhosos Dele em sua vida. Ele vê o que as pessoas ao redor não podem ver. Elas nos avaliam de acordo com sua limitada percepção. Assim como nem sempre avaliamos e valorizamos as pessoas corretamente, também nem sempre seremos avaliados e valorizados corretamente.

Isso não importa. Ele conhece. Ele sabe. Ele vê tudo. Nosso interior, nosso hoje, nosso amanhã.

Os irmãos de José viram nele apenas um menino orgulhoso e metido. E de fato havia nele muito orgulho. Deus, porém, pode ver o que eles não viam. Os irmãos de José o rejeitaram, mas Deus não o rejeitou. E cumpriu na vida dele o que lhe havia prometido. (Gênesis 37.19, 20; Salmo 105.17-22)

Também os hebreus disseram a Moisés “Quem te fez príncipe e juiz sobre nós?” (Atos 7.27).  O tempo passou e ele tornou-se o libertador e o legislador daquele mesmo povo.

E que dizer de Davi? Teve de viver fugitivo nas cavernas e covas da terra, acusado de erros que nunca cometeu. Todavia, nada, nem ninguém puderam anular os planos de Deus para sua vida.

Podemos ainda falar do apóstolo Paulo que mesmo após a sua conversão era temido pelos discípulos que procuravam se afastar dele (Atos 9.27). Hoje sabemos quão tolo era o medo deles.

Igualmente, só Deus conhece nossas falhas, nossos maus pensamentos, nossa vida interior. Há coisas que se passam dentro de nós sobre as quais teríamos vergonha de compartilhar. E o Eterno conhece tudo isso em sua onisciência e mesmo assim nos ama. Com todos esses pontos escuros em nossa alma podemos nos achegar ao trono de Sua graça para encontrar misericórdia e graça. (Hebreus 4.16).

Diante de tudo isso, temos que olhar e nos firmar Naquele que nos sonda, nos conhece e ama. Temos que saber que Seu amor por nós é suficiente. Temos que perdoar os que nos rejeitam, reconhecendo que só o Altíssimo nos conhece plenamente.

Ao Deus que nos sonda, nos conhece, nos fortalece e nos guia seja toda glória e louvor para sempre.

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Nos últimos tempos a igreja despertou em palavras e em ações para a importância da adoração. Livros, mensagens e reuniões de adoração ganharam um espaço muito especial no dia-a-dia do cristianismo. Isso foi muito edificante.

A igreja percebeu que inúmeros elementos da vida cristã aqui na terra são transitórios, enquanto a adoração é eterna. Alguns de nós somos pastores, evangelistas, missionários, intercessores. Temos dons e ministérios diversos como cura, ensino, liderança. E tudo isso cessará – exceto a adoração. Adoração é o nosso vínculo com a eternidade.

Entretanto, há outra verdade sobre adoração que precisa ser mencionada. Ela nos iguala. Diante do trono somos todos iguais. Não há degraus diante do Adorado. Não há lugares especiais, não há púlpitos e não há camarotes. Não há distinção entre anjos e arcanjos, entre serafins e querubins, entre homens e mulheres. Não há sequer distinção entre animais e plantas. Toda criação é chamada e convocada para estar diante de seu Criador e adorar. Adorando ao Adorado, somos todos simplesmente adoradores,

E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo daterra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que estáassentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadasações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre. (Apocalipse 5.13)

A adoração é como um rio que fluiu de Deus e que agora retornar para Ele. Quando a criação, seja ela angélica ou humana, celestial ou terrena, adora a Deus e ao Cordeiro, ela nada mais faz do que cumprir o seu destino. Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas (Rm 11.36). Tudo se origina Nele, tudo é sustentado por Ele e, (aqui é a adoração) tudo converge para Ele. Honrá-lo, engrandece-lo e adorá-lo nada mais é do que devolver-lhe o que lhe é devido e nisso não há diferença entre o mais poderoso anjo e a mais simples criatura.Tudo foi criado por Ele e para Ele (Colossenses 1.16).

Sim, a adoração nos torna iguais. Diante do trono não há Gerisim e nem Jerusalém, não há grandes e não há pequenos, cantores ou não cantores. Diante do trono de Deus só há adoradores, simplesmente adoradores.

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Sabemos que um símbolo nada mais é do que uma representação, uma imagem que nos trás à lembrança acontecimentos, ideias, palavras, valores. Uma simples olhada para o símbolo e inúmeros pensamentos, sentimentos e intenções nos vem à mente. Esse é o poder do símbolo. Ele fala muito com muito pouco.

Basta lembrarmo-nos de uma bandeira. Às vezes ela só tem uma cor, um desenho, uma faixa. Como disse Theodor Herzl, pai do moderno Estado de Israel: “É com uma bandeira que as pessoas são levadas para onde quer que se deseje, até para a Terra Prometida. Por uma bandeira os homens vivem e morrem…”

Quando Jesus disse: “Isso é meu corpo, tomai e comei” e quando disse: “Este é o cálice do meu sangue. O sangue da Nova Aliança que é derramado à favor de muito. Fazei isto em minha memória”, ele estava nos dando um símbolo poderoso.

Não é apenas um pão e um cálice, embora continue sendo um pão e um cálice. O que temos em nossas mãos nesse momento são elementos comuns em todo o mundo que se tornaram representação da obra eterna de redenção. O toque do pão em nossas mãos nos diz que o intangível se tornou tangível, que o Verbo tornou-se carne. E ao comer este pão estou afirmando que este Verbo agora fará parte do meu ser.

Ao segurar este cálice, símbolo de seu sangue, estou trazendo à memória o derramar de seu sangue por mim na cruz, preço pago pelos meus pecados. E ao bebê-lo estou dizendo que aquela vida agora é vida em mim. Que sua vida fluirá em minha vida.

O que Ele disse, o que Ele fez, o que Ele é, representados em elementos tão simples.

A mera lembrança desses fatos diante desses símbolos é suficiente para produzir em minha vida a devoção, o amor e a entrega a esse Deus capaz de tamanho sacrifício, de tamanha entrega, de tamanho amor. Glórias sejam dadas a Ele eternamente. Tomai e comei.