Silêncio da Alma

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Decerto, fiz calar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, assim é minha alma para comigo (Salmo 131.2)

Não poucas vezes, se você olhar dentro de si, perceberá sua alma inquieta. Seu corpo estará parado, mas seu interior estará em erupção, dominado por ansiedade, nervoso, agitação, medo. Não há paz e nem repouso algum. Os que o olham não percebem. Você parece em grande calma, mas em seu coração só há guerra.

Nem sempre há uma razão para esse estado interior. Não há nada oprimindo sua vida ou se há, não é nada muito grave. E ainda assim nós insistimos em manter nossa vida interior em um estado de alerta e nos recusamos a descansar em Deus. É como se quiséssemos mudar as coisas através de nossas preocupações, coisa que certamente não podemos.

Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? (Mateus 6.27)

Esse estado interior nos priva de muitas coisas. Não conseguimos confiar em Deus e nem ouvir sua voz. Nossa comunhão com Ele fica prejudicada e ao invés de desfrutar de Sua Presença, parece que Ele está sempre distante. Jesus vem em nossa direção, mas achamos que é um fantasma.

Então dobramos nossos joelhos para orar e queremos falar sem parar diante Dele como que se mera tagarelice tivesse algum poder para movê-lo. Nossa oração torna-se um falatório sem sentido, ao invés de um tempo de comunhão e desfrute de sua maravilhosa graça. Não conseguimos derramar nosso coração perante Deus, somente despejar todo esse agito sem sentido.

Precisamos que o Senhor aquiete também as ondas agitadas de nosso mar interior. Precisamos que as tormentas da alma também se calem e não somente as tormentas externas. Precisamos dizer como canta o poeta: “Aquieta minha’lma. Faz meu coração ouvir tua voz”.

Muitas vezes nos tornamos viciados nesse frenesi interno. Confundimos agitação com energia, desassossego com força. Quando na verdade o profeta diz: “Em vos converterdes e em repousardes está a vossa salvação; no sossego e na confiança está a vossa força, mas não o quiseste” (Isaías 30.15)

Por fim, não podemos esquecer o grande e poderoso chamado:

“Vinde a mim todos que estais cansados e sobrecarregados. (…) E encontrareis descanso para as vossas almas” (Mateus 11.28,29b)

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