Por Eguinaldo Hélio de Souza
E outra caiu entre os espinhos e, crescendo os espinhos, a sufocaram e não deu fruto (Marcos 4.7)
Vivemos em um mundo inundado pelo entretenimento. A tela da TV, do computador e do celular nos convidam a mundos virtuais, a situações fictícias, a irrealidades inúteis. Corremos o sério risco de esquecer o que realmente importa. Diante dessas ofertas somos anestesiados e a realidade perde sua importância. A vida afunda-se na ficção.
Esse conjunto de coisas faz parte dos espinhos onde caiu a semente do semeador (Mateus 13.7). São os “deleites da vida” (Lucas 8.14) que sufocam a PALAVRA e ela fica sem fruto. (Marcos 4.7).
Não estou condenando a ficção, ou proibindo o entretenimento ou ordenando o fim de qualquer lazer. Essas coisas têm seu devido espaço para nossas vidas. De fato, até penso que pelo fato de ouvirmos a Palavra, de conhecermos a revelação divina e estarmos juntos dos irmãos, isso diminui o impacto de tantos supérfluos ao nosso redor. Entretanto, Jesus sabia muito bem o que estava dizendo.
Não podemos perder nosso discernimento e permitir que o supérfluo supere o essencial. A irrealidade não pode suplantar a realidade. Fatos não podem ser enterrados nas ficções.
Existir é algo sério. A vida é séria. A eternidade é real.
Há um Deus que nos amou em Cristo e Nele nos tirou do caminho das trevas e nos colocou no caminho da vida eterna. Há um mundo perdido se dirigindo a passos largos para a uma eternidade sem Deus. Há luz e a há trevas, a vida e a há morte, há bem e a há mal, há verdade e há engano. Há Deus e há diabo. Há salvação e há perdição. Há inferno e há céu.
E embora a ficção use e até brinque com essas coisas, elas não são brincadeiras. São a realidade que cada um terá que enfrentar.
Nós cristãos não estamos em uma Disneylândia, estamos em um campo de batalha. A história é a livro de Deus, assim como o mundo é o Seu campo. Aqui Ele nos pôs com propósitos, que nos cabe conhecer, abraçar e cumprir. A Palavra que recebemos é a verdade, é a luz e é o alimento que nos ajudará nisso. Não podemos permitir que ela seja sufocada por aquilo que não é real, por mais que isso pareça agradável à nossa alma. Não podemos trocar a luz que nos coloca em contato com a realidade, pelo supérfluo que a esconde.