Por Eguinaldo Hélio de Souza
A soberba do teu coração te enganou… (Obadias 3)
O orgulho é um pecado que nos cega para todos os outros pecados. De repente, não nos vemos mais como os pecadores que somos. De repente, nos sentimos superiores aos outros e passamos a ser seus juízes. De repente, começamos a achar que não precisamos nos humilhar diante de Deus, nem nos quebrantar ante sua Palavra. Achamos que não temos mais nada a aprender. Nosso ouvido endurece, nosso coração se eleva e passamos a viver independentes de Deus e de sua graça.
E a cegueira é tão grande, que ao invés de percebermos que estamos cegos, nós achamos que enxergamos melhor do que qualquer pessoa, inclusive melhor do que o próprio Senhor! Lemos as Escrituras, não para que elas nos falem e nos corrijam, mas para escolher palavras para corrigir aos outros. Nossa oração torna-se mera retórica, cheia de farisaísmo e de frases vazias. Sabemos muito com a cabeça e nada com o coração.
Quão estúpidos somos! Bastam alguns elogios, algumas pregações bem sucedidas, algumas vitórias e então já começamos a achar que a causa de tudo isso é a nossa própria força e sabedoria, e não a graça de Deus. Facilmente nos tornamos vítimas de nosso sucesso e somos emboscados pela nossa tolice! Queremos roubar a glória que só pertence a Deus, acreditando que nossa loucura ficará impune.
Ao invés de humildade, soberba; ao invés de temor, altivez; ao invés de reconhecimento de nossa pecaminosidade, a ilusão da força própria, força que com um sopro vai ao túmulo.
O orgulho é um pecado sutil. Só pode ser percebido sob a luz da luz de Deus. Em tua luz veremos a luz (Salmo 36.9). Ele se esconde atrás da falsa modéstia, de palavras ditas da boca para fora. Ele nos impede de ver quem realmente somos. Quem ignora seus perigos facilmente cai em suas armadilhas.
O Espírito luta contra a carne (Gálatas 5.17), a humildade contra o orgulho. Temos feitos coisas boas em Deus. Temos o obedecido em muitas coisas. Com a graça Dele temos sido capazes de realizar coisas que jamais faríamos sem ela. E ainda assim permanecemos pecadores, pequenos e fracos. Continuamos sendo a flor que fácil murcha (1 Pedro 1.24) e a fumaça que logo se esvai (Tiago 4.14). Continuamos sendo poeiras transitórias diante da Rocha Eterna.
A cegueira produz queda. O orgulho derruba. Nisso a Palavra divina nos orienta. A soberba precede a ruína e a altivez de espírito, a queda (Provérbios 16.18. Que o orgulho em nós morra na cruz de Cristo ou ele matará Sua vida em nós.