É Melhor Manter o Fogo Aceso

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará. (Levítico 6.13)

Leva muito mais tempo e exige muito mais esforço reacender um fogo que apagou do que mantê-lo aceso. É melhor vigiar para não cair do que tentar se levantar após a queda. A manutenção de nossa vida espiritual, o cuidado constante do nosso relacionamento com Deus, precisa ser prioridade. Porque depois que nossa comunhão se quebra é muito mais difícil e muitas vezes doloroso restaurá-la. Como em um casamento é melhor trabalhar pela paz, pelo bom entendimento e a felicidade do que permitir que ele se estrague e depois tentar consertar.

… antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço (Eclesiastes 12.6).

Sim, antes que a nossa vida espiritual se esfrie e só reste cinzas onde havia chamejantes labaredas, temos que nos arrepender e nos voltar para Deus de todo o nosso coração. Antes que o pecado crie raízes profundas e faça morada permanente, precisamos nos arrepender e nos humilhar e clamar por misericórdia. Todo aquele que é santo orará a Ti, a tempo de poder te achar (Salmo 32.6)

Não fique olhando passivamente, a luz de Deus extinguir-se em seu coração. Não se distraia com as coisas passageiras desta vida de modo que as coisas eternas derramadas por Deus em você fiquem esquecidas. Se você alega não ter tempo para o altar então a catástrofe está perto, pois perder o relacionamento com Deus é perder a própria vida. Não ter tempo para Deus é viver perdendo tempo.

Um fogo não se apaga por causa da chuva ou do vento. Ele se apaga porque ninguém o alimentou, porque ninguém cuidou dele, porque foi negligenciado. A Vida de Deus não se apaga em uma vida por causa do mundo, da carne ou do diabo. Ela se apaga porque aqueles que deveriam mantê-la acesa foram negligentes.

Você é o sacerdote. E a chama de Deus que Ele mesmo acendeu no altar do seu coração é responsabilidade sua. Mantenha-a acesa. De Deus vem o óleo da graça que o capacitará e o fará apto para essa tarefa.


 Maior Benção, Maior Temor

Por Eguinaldo Hélio de Souza

O temor do SENHOR ensina a sabedoria, a e a humildade antecede a honra (Provérbios 15.33)

O orgulho é uma armadilha sutil que gradativamente nos leva para longe dos trilhos divinos e nos faz confiar em nós mesmo ao invés de confiar no Senhor. O limite entre sentir-se realizado e sentir-se auto suficiente é muito tênue. Facilmente largamos a mão do Pai e arriscamos andar sozinhos. E isso acontece mais frequentemente na medida em que somos abençoados.

Dentro do nosso coração deve haver uma disposição constante para dizer como o apóstolo Paulo: “Não eu, mas a graça de Deus comigo” (1 Coríntios 15.10). Do contrário, corremos o sério risco das bênçãos se tornarem maldições, quando o fato de experimentarmos o favor de Deus nos levar à crença no nosso próprio mérito. Então, a vitória que veio do alto parece ser fruto de nosso esforço apenas. Os êxitos na pregação, no ensino, na liderança, no louvor, no nosso ministério enfim, são vistas como justos frutos de nosso empenho e da nossa capacidade.

E esquecemos que sem Ele nada podemos fazer (João 15.5). Esquecemos que somente Nele podemos todas as coisas (Filipenses 4.13). E começamos a caminhar descuidadamente como se nós servíssemos à nossa agenda e aos nossos compromissos e não ao Senhor. Nosso coração não se volta mais para o alto, não busca pelo fio que nos conecta a Ele. Passamos a acreditar que temos uma bateria eterna que funciona por si mesma. E isso nos desliga da dependência Dele. Aí vem a tragédia que Davi e Salomão bem conheceram.

As bênçãos de Deus em nossa vida devem produzir maior temor. Cada elogio, cada reconhecimento, cada honra recebida deve produzir em nossa alma uma gratidão sincera Àquele que nos dá todas as coisas. Sua graça é um fato, não uma mera impressão. Sua capacitação é o verdadeiro motivo de nossas vitórias, não importa o quanto os homens nos elogiem.

Diante da honra deve estar a nossa humildade. Diante de cada êxito deve estar o temor do Senhor e o reconhecimento de sua mão ajudadora e eficaz. É Ele quem humilha a quem se exalta e exalta a quem se humilha.