Por Eguinaldo Hélio de Souza
Assim caminharam ambos juntos (Gênesis 22.8)
Seria bom se soubéssemos andar com Deus, o Pai, tão perfeitamente quanto Isaque andou com seu pai Abraão. Mesmo naquela caminhada estranha e incerta (Gênesis 22), ele soube seguir e confiar.
Sem saber aonde ia, Isaque foi com seu pai. Tudo era silêncio, tudo era mistério. Pouco ou nada lhe fora revelado e mesmo assim ele caminhou lado a lado. Isaque ignorava tudo a respeito da jornada e sequer imaginava qual seria seu destino. Sua paz e segurança vinha de seu pai Abraão. Ele sabia que o pai o amava e jamais o conduziria por caminhos e para destinos que não fossem bons. Por isso ele seguiu em frente.
O caminho foi longo. Três dias de viagem (Gênesis 22.4). Nunca é fácil a ansiedade da jornada. As vezes, até o destino, há um longo caminho e um longo tempo que parecem não terminar nunca. É preciso sentir o aperto da mão do Pai ao redor do nosso ser e confiar que o que não sabemos Ele sabe e o que não podemos Ele pode.
Por um tempo, dois homens o acompanhavam. A partir de certo ponto, eles ficaram e só restou ele e seu pai. Já não havia mais ninguém para auxiliá-los. Mesmo nessa hora, para o coração de Isaque, seu pai lhe bastava. Ainda que mais pessoas pudessem lhe trazer segurança, estar só, ele e seu pai, parecia suficiente. Momento sagrado, em que somente pai e filho caminham. Será assim em diversas ocasiões. Só nós e o Pai.
Em dada hora, Isaque questiona. Havia fogo, havia lenha, havia o cutelo. Mas faltava o sacrifício! Faltava o principal! Faltava a razão daquela longa caminhada. E agora? Como vai ser? Isaque quer ouvir a explicação de seu pai. Anseia para que sua voz esclareça aquela situação incompreensível. E seu pai fala. Manda confiar. Manda esperar. E tudo o que Isaque tem é a promessa de seu pai de que tudo será suprido. E esta promessa basta. A voz do Pai basta.
Agora, porém, uma situação mais difícil. Isaque está sobre o altar para ser morto. E mesmo assim não contesta o pai. Parece que aceita a morte. Para Isaque, morrer nas mãos do pai é viver. Sim. Morrer nas mãos do Pai é viver. Viver longe do Pai é morrer, tal como o filho pródigo.
Mas não houve morte. Houve uma experiência maravilhosa. A providência de Deus se revelou e Suas promessas foram renovadas. A história de Isaque com seu pai Abraão marcou nossa história e marcou a História para sempre.
Na terra, um pai entregou seu filho e um filho entregou-se ao seu pai. Do céu, o Pai entregou Seu Filho e o Filho entregou-se ao Pai e pelo Pai, para nos redimir para sempre.