Por Eguinaldo Hélio
Lembrem-se de que vocês foram escravos no Egito… (Deuteronômio 24.22)
Inúmeras vezes, Deus disse ao povo de Israel no deserto, através de Moisés: “Lembrem-se”. Era uma ordem expressa para que recordassem de certas situações e eventos. Havia coisas em seu passado que não deveriam ser jamais esquecidas. Não era apenas lembrar o que ficou para trás. Era rever o passado à luz de seu presente. Era contrastar a escravidão com a liberdade, a opressão com a libertação, o desespero com a esperança agora oferecida.
Quantas pessoas foram tiradas por Deus de situação horrível. Suas vidas eram morte, seu caminho trevas. Não havia perspectiva, nem saída aparente. E, no entanto, quando estão firmadas e em paz se esquecem de onde saíram, de quem foram e de onde estavam. Esquecem até de Quem mudou tudo para eles.
Este esquecimento é mortal.
Não se trata de rememorar momentos ruins para se afligir com eles. Trata-se de olhá-los com nova perspectiva. É como alguém que escala um monte e ao olhar para baixo se alegra pelo desafio vencido. Comemora-se, não a dor do passado, mas o alívio do presente.
É preciso lembrar para ter esperança. Pois se saímos do profundo vale e chegamos à planície, sairemos da planície para o alto da montanha. Vitórias reais do passado nos ensinam que é possível vencer no presente.
É preciso lembrar para ter humildade. Estávamos mortos e revivemos, perdidos e fomos achados. Vendo outros na mesma situação que estivemos, não nos sentiremos superiores, mas devedores. Conhecemos na carne o seu sofrimento e por isso podemos ter compaixão.
É preciso lembrar para reconhecer nossa fragilidade. Já fomos escravos de tantas prisões. E não queremos retornar a elas. Somos pó e só sua graça nos transforma.
E por fim, precisamos lembrar sempre de Quem nos libertou. Nunca chegará um momento no qual seremos menos dependentes Dele. Não saímos do poço sem Ele e sem Ele não atingiremos o pico da montanha.
Não basta lembrar que o Mar Vermelho se abriu. É preciso lembrar Quem o abriu. Não basta lembrar nossa escravidão passada. É preciso recordar do nosso Libertador. Ele entrou em nosso passado para que nós entremos em seu futuro para sempre.
Lembre-se disso!