Por Eguinaldo Hélio
Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! (Romanos 7.24, 25)
Na maioria das vezes não somos vítimas de outros. Somos vítimas de nós mesmos. Erramos em nos avaliar, erramos em nossas atitudes interiores e exteriores, erramos em nossas reações. E culpamos pessoas e circunstâncias para nos justificar.
É verdade que Esaú teve a bênção de primogenitura roubada por seu irmão Jacó. Todavia, também é verdade que ele próprio rejeitou essa bênção com sua própria boca (Gênesis 25.32, 33). Não gostamos de admitir, mas a maior parte de nossas condições difíceis é resultado de nossas próprias escolhas. Vitimar-se é uma forma enganosa de aliviar nossa consciência. Assumir nossa parte na situação e aceitar as consequências diante de Deus nos ajudará a vencer. Davi errou e aceitou as consequências de seus erros. Venceu apesar deles.
Outra forma de vitimar-se é culpar o passado. De fato, nem sempre nossas raízes foram saudáveis e nossos fundamentos firmes. Mas o hoje é a bigorna onde se forja o futuro, e não o ontem. Não posso mudar o que passou, mas posso mudar o que será. Aquele que está em Cristo é nova criatura (1 Coríntios 5.17), com novas perspectivas e novas possibilidades.
Claro que pessoas nos prejudicaram. Claro que já fomos atingidos por tragédias. Claro que carregamos dentro de nós falhas e limitações. Mas não somos diferentes de ninguém nesses aspectos. Em menor ou maior grau todos enfrentam reveses. Se outros venceram em Cristo apesar de tudo isso, eu também posso vencer.
Quando o apóstolo Paulo se diz miserável, não há síndrome do coitadismo em suas palavras. Não está culpando ninguém, acusando ninguém, nem lamentando. Está apenas reconhecendo sua condição humana de fragilidade e imperfeição. Está vendo a si mesmo à luz da luz de Deus. Enquanto faz isto, ele também reconhece a graça de Deus em Cristo presente em sua vida, contrabalançando a corruptibilidade de seu ser. Se nele há fraquezas reais, em Deus há restauração real.
Precisamos deixar que a verdade da Palavra quebre as armadilhas do auto engano e que a graça nos levante acima da dor e do mal inevitável. Sua graça me basta e isso basta!