Por Eguinaldo Hélio de Souza
Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo… (Filemon 1)
“Prisioneiro de Jesus Cristo” foi uma expressão usada pelo apóstolo Paulo para se definir a si mesmo. Devido à pregação do Evangelho, ao conflito com grupos religiosos judaicos e com a cultura idólatra do Império Romano, ele foi encarcerado diversas vezes. Viveu parte de seu ministério na cadeia e ali o exerceu.
Em nenhum momento ele enxerga essa situação como um drama. Não há lágrimas, lamentações, murmurações, nem mesmo indagações. “Por que meu Deus?”. Se ele não dissesse, sequer saberíamos que ele estava na cadeia. Sua carta mais alegre (aos filipenses) é uma das epístolas da prisão.
Também não acusou o sistema judicial romano de injusto. Sequer o demonizou. E mais ainda. Ele não se considerava um preso do Império Romano, mas um preso do Senhor. O Senhor, e só o Senhor era o motivo dele estar ali. Sua compreensão do relacionamento Senhor-servo entre ele e Cristo era muito claro. Aquele era o primeiro senhorio sobre sua vida e todas as demais autoridades não passavam de sombra dessa realidade maior que é a soberania de Cristo. Isto é ser de fato, um preso do Senhor.
Muitos têm vivido suas vidas em conflito permanente com a vontade do Senhor. Não é que não sabem qual é a vontade Dele. É que não se renderam à vontade Dele. Não compreendem que acima das circunstâncias humanas e passageiras, está o Plano Dele. Quem está Nele está em Seu Plano. Quem é de Cristo, é prisioneiro de Cristo. E quem é Seu prisioneiro, escolhe as escolhas Dele.
“Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.” (Romanos 14.8).
A liberdade, sem dúvida, é um valor inestimável e uma condição pela qual temos que lutar. Liberdade de crença, de expressão, de escolha. Todavia, uma prisão em Cristo é liberdade. Liberdade sem Cristo é escravidão. “Porque o que é chamado pelo Senhor, sendo servo, é liberto do Senhor; e, da mesma maneira, também o que é chamado, sendo livre, servo é de Cristo” (1 Coríntios 7.22).
Cristo é a nossa liberdade, seja em mundo livre, seja nas masmorras do Egito, de Roma ou em qualquer lugar do mundo. Somos simples prisioneiros de sua libertadora vontade.