Por Eguinaldo Hélio de Souza
Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes? Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra. Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste: (Gênesis 25.22)
O coração do ser humano tem duas tendências: rebaixar-se até a anulação ou elevar-se além das estrelas. Há aqueles que se sentem tão inferiores que acreditam que Deus os esqueceu. E há os que se acham tão superiores que se esqueceram de Deus. Hoje encontraremos quem afirme ser o homem apenas um animal entre outros animais e grupos religiosos ensinando que ele é um deus entre outros deuses. Uns se subestimam demais, até a anulação. Outros se superestimam na mais pura auto exaltação. As Escrituras não fazem assim.
Na Bíblia temos uma visão equilibrada de quem é o ser humano. Alguém infinitamente inferior ao seu Criador e ainda assim, amado por Ele de uma forma inexplicável. Ela ensina uma visão equilibrada de nós mesmos para que a inferioridade não nos consuma e a soberba não nos derrube. “Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu”. (Romanos 12.3)
Somos apresentados como pessoas que não podem nada sem Ele (João 15.5) e que podem tudo com Ele (Filipenses 4.13). “Tudo podemos com Aquele sem o qual nada podemos” (Blaise Pascal). Ele não nos abandou em um mundo frio e decaído, Ele não nos fez para vivermos sem Ele. Sua imagem e semelhança em nós não nos torna igual a Ele. Ela nos torna dependentes da comunhão com Ele.
Sim, ao olhar a grandeza do Universo ou a fúria do mal que nos rodeia corremos o risco de sermos submersos em nossa pequenez. Ao vermos aquilo de que somos capazes podemos achar que somos a razão de tudo. Mas quando olhamos a vida com as lentes da Palavra entendemos que somos pequenas criaturas submersas no imenso e inexplicável amor de Deus.