Meditando Sobre Dívidas

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

 

Certo dia, a mulher de um dos discípulos dos profetas foi falar a Eliseu: “Teu servo, meu marido, morreu, e tu sabes que ele temia o SENHOR. Mas agora veio um credor que está querendo levar meus dois filhos como escravos”. (2 Reis 4.1-7).

Esta passagem das Escrituras é muito profunda, não só nas lições espirituais, mas também, nas práticas. Não poucas vezes e não com poucas pessoas, a tragédia das dívidas bate a porta e cobra um preço alto.

Primeiramente, é bom lembrar que temos aqui a história de um homem que temia ao Senhor, mas tinha dívidas. Por melhor que seja nosso relacionamento com Deus, isto não é garantia contra problemas financeiros.

Não sabemos a razão de suas dívidas. Se era inabilidade dele em lidar com dinheiro, se resultado de uma crise financeira nacional, se simplesmente o peso do cotidiano de manter casa e filhos. O fato é que toda dívida é resultado de se gastar mais do que se ganha seja qual for o motivo dessa atitude.

E a situação tornou-se pior. Ele morreu. O severo braço da lei veio agora sobre a viúva e os órfãos. A cena não podia ser mais triste: uma mãe, viúva, vendo seus filhos sendo levados como escravos devido as dívidas deixadas pelo marido. Além de não ter como sobreviver e sustentar os filhos, tinha que vê-los sendo escravizados. Difícil entender tal dor sem ter passado por algo semelhante.

No entanto, ela foi buscar conselho e ajuda de pessoas que conheciam ao Senhor, foi buscar uma palavra de Deus para aquela situação. E o pouco que ela tinha em casa, uma pequena porção de azeite, foi o que Deus usou para suprir suas necessidades. A bênção Dele faz toda diferença. O agir Dele, pode influenciar tudo, mesmo as questões financeiras. Ele bem pode nos ajudar em nossas dívidas.

Sua busca em Deus, sua obediência à direção Dele e sua confiança Nele, trouxe a solução, pôs fim a tragédia.

Mas talvez, aquilo que mais nos toca seja a orientação do profeta: “Vai, vende o azeite e paga tua dívida…” (2 Rs 4.7). Paga tua dívida. Deus não nos quer com dívidas. Suas bênçãos financeiras não são dadas para ostentações e esbanjamentos vãos. Sua provisão é para que possamos nos livrar das dívidas, umas das grandes formas de escravidão do homem moderno.

Suas dívidas pesam no seu coração? Leve-as ao Senhor com todo o sua alma e creia. Ele sempre tem uma Palavra de bênção e de paz.


 Sabedoria e Força

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

“…porque Dele é a sabedoria e a força” – Daniel 2.20

Podemos resumir as necessidades espirituais do homem em duas palavras: sabedoria e força. Sabedoria para saber o que fazer e força para poder fazê-lo. Sabedoria para conhecer o caminho e força para andar nele. Sabedoria para saber qual a melhor atitude a tomar e força para tomá-la. Em cada área da vida, a união desses dois elemento podem fazer de nossas vidas, videiras frutíferas.

A sabedoria sem a força nos torna frustrados, porque então sabemos o que fazer, mas não fazemos, conhecemos a melhor decisão mas não tomamos. De nada nos adianta olhar para o caminho, mas estar prostrado nele sem forças para prosseguir. De nada nos serve saber o que a vida requer de nós e não ser capaz de atender suas exigências. A sabedoria é coisa excelente como diz a Palavra, mas só se torna eficaz com a força de Deus a agir em nossa vida.

Por outro lado, a força sem a sabedoria nos faz andar em círculos. Corremos para lugar nenhum. Fazemos muita força, temos entusiasmo, empolgação, mas pouco fruto. Corremos sem meta e damos socos no ar (1 Co 9.27). No final estamos cansados, mas sem prêmio. Golpeamos, golpeamos, mas nosso inimigo permanece em pé e as muralhas não caíram por terra. Nem a mira é sem o arco, nem o arco sem a mira. É preciso ter ambos em nossas mãos.

Deus deseja homens e mulheres, fortes e sábios Nele, que compreenderão sua vontade e terão forças para realizá-la. Em um mundo onde a rebeldia à Deus impera e onde tudo se opõe ao Seu querer, tais pessoas são imprescindíveis.

Oremos sempre, para que o Deus da vitória, que em Cristo Jesus nos chamou para ser mais do que vencedores, venha nos ensinar a tomar posse cada dia, da sabedoria e da força manifestada na Vida de seu Filho.

“Mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, nós lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1 Coríntios 1.24)


 Nós Não Vamos Morrer

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

 

“Mestre, Mestre, vamos morrer!” (Lucas 8.24).

Com essas palavras os discípulos acordaram Jesus durante a tempestade ocorrida enquanto atravessavam o Mar da Galiléia. Para eles era o fim. Diante de seu fracasso em tentar conter a água que enchia o barco, eles estavam certos de que não havia como escapar. Em seu desespero não conseguiam ver o amanhã. Jesus lhes parecia alguém impotente e incapaz de salvá-los diante dos ventos fortes, da chuva torrencial e do mar agitado.

Da mesma forma, houve momentos em nossa vida nos quais também pensamos que era o fim. Nossos esforços não adiantaram nada. A situação apenas piorava e piorava. O Senhor nos pareceu distante, quieto, silencioso, irrelevante. Diante disso também nos desesperamos. Era a nossa morte, nosso final. Mas não foi. O Senhor se levantou, o Senhor ergueu sua voz. Ele ordenou e tudo se fez quieto.

Não! Nós não morreremos, porque Ele está conosco. Ainda que nossa esperança morra, nós não morreremos porque foi Ele quem nos chamou para atravessar o mar e chegar do outro lado. Nós não morreremos porque foi lhe dado todo o poder nos céus e na terra. Não estamos nas mãos das circunstâncias, estamos em suas poderosas mãos. Ainda que tudo pareça uma imensa tragédia, isso não é verdade. Pelo contrário.

Quando a tempestade se aquietou diante da ordem da sua voz eles se perguntaram: “Quem é este que até o vento e o mar obedecem?”. Da mesma forma, depois que a tempestade se for, nós o conheceremos um pouco mais. Teremos uma ideia mais concreta de quem é Jesus e daquilo que ele pode fazer. Não, nós não seremos submergidos. Seremos sim, testemunhas oculares de seu poder e de seu cuidado por nós. Aprenderemos que Sua luz se revela em nossas escuridões e que Sua força se revela em meio a nossas fraquezas.

Não, não vamos morrer. Não, não vamos sucumbir. Não, este não é o fim. Nossa história com Ele está apenas começando.

Não morrerei, mas viverei; e contarei as obras do SENHOR (Salmo 118.17).


 O Deus Que Sempre Fala

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Pois a verdade é que Deus fala, ora de um modo, ora de outro, mesmo que o homem não o perceba. (Jó 33.14)

Alimentamos a falsa ideia de que Deus nos espera domingo a noite, durante nossos cultos, para falar algo relevante aos nossos corações. No restante do tempo Ele permanece calado, imóvel, passivo, inócuo. Para o nosso tolo entendimento, o silêncio divino marca nossos dias. Somos servos de um Deus mudo, ou no máximo, de um Deus lacônico, que fala somente o indispensável, por meio de monossílabos ocasionais.

Esse não é o Deus da Bíblia.

Quem lê as Escrituras sabe muito bem que ela nos revela um Deus que fala e fala muito. “E disse Deus”, “Assim diz o Senhor”, “Em verdade, em verdade vos digo”. E não só isso. “A sabedoria clama lá fora, pelas ruas levanta a sua voz. Nas esquinas movimentadas ela brada, nas entradas das portas e nas cidades profere as suas palavras” (Provérbios 1.20, 21). Deus fala em Seu Livro. E quem o lê e dele bebe, quando o fecha, continua ouvindo o Deus que sempre e em tudo fala.

Sim, Deus fala muito e de muitos modos, mas nem sempre prestamos atenção. Sim, Ele está conosco todos os dias (Mateus 28.20) e juntamente com Sua Presença temos a Sua Voz: a Voz do Verbo, a Voz do Eterno, a Voz de Deus. O que nos falta são ouvidos para ouvir e um coração para perceber. Em verdade, o suposto silêncio divino é, na grande maioria das vezes, a nossa própria surdez.

Nós não O ouvimos porque não queremos obedecer. Saber Sua vontade supõe rendição a ela e a renúncia de coisas fúteis em nossa vida, a correção de nossos descaminhos, é um fato que nos desagrada. A submissão do coração precisa anteceder a prontidão de nossos ouvidos.

Se não existe um lugar onde Deus não esteja, também não existe um momento no qual Ele não possa falar. Nem existe um momento no qual não precisamos ouvir Sua Voz. Nosso coração corrompido sempre precisa desesperadamente de suas instruções. E Ele pode nos dar, pois onde está Sua Presença está Sua Voz. “Então abre os ouvidos dos homens e lhes sela a sua instrução” (Jó 33.16).

Muitos passam sua vida a dizer que Deus não lhes fala. A verdade, é que elas mesmas seguem seu caminho sem ouvi-lo. Fale com Deus. Ouça Deus.


 Vivendo no Onipresente

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

 

Porque NELE vivemos, nos movemos e existimos (Atos 17.28)

Como buscaremos Aquele que está em toda parte? Como acharemos o Onipresente? E como tocar Naquele que preenche todas as coisas? Onde está Aquele que nem o céu e nem os céus dos céus podem conter? Para onde ir? Onde buscar? Qual o caminho a ser percorrido? Quais veredas nos levarão até Aquele que é o Caminho?

Deus está aqui. Não está longe de cada um de nós (Atos 17.27). Nenhuma distância física nos separa Dele e sim a atitude dos nossos corações. Ele é real, mas só aqueles que já foram tocados por Ele, podem perceber essa realidade. Quem não nascer de novo não vê o Reino de Deus (João 3.3). Só quem o ama o percebe, só quem o deseja o toca e é tocado por Ele.

Ele está aqui, tanto quanto está no seu trono nas alturas. Ele está aqui, mais certo que o ar que respiramos, ou o calor que nos queima ou o frio que nos aflige. Vê-lo e ouví, tocá-lo e sentí-lo não é trabalho para os olhos, para os ouvidos ou para a pele. É trabalho para o coração rendido a Ele, apaixonado por Ele, ansioso por Ele.

Nossa insensibilidade para aquilo que é Dele, nos cega, nos ensurdece, nos isola Dele. Ele está falando, mas nós não ouvimos. Está nos abraçando, mas não sentimos. Sua mão está estendida e nós não a vemos. Ele nunca nos deixou, nunca nos desamparou, mas nós caminhamos abatidos reclamando de sua ausência. Jamais te deixarei. Nunca, jamais te desampararei. (Hebreus 13.5)

Estamos Nele, creiamos ou não. Vivemos Nele, sentindo ou não. Nossa falta de percepção não altera sua onipresença. Ele sempre é, Ele sempre está.

Como um vaso dentro do mar, que se abre e se deixar encher, assim precisamos fazer. Por que permanecer vazio se vivemos, nos movemos e existimos Naquele que preenche todas as coisas (Jeremias 23.24)? Morrer de sede dentro da Fonte? Estar nas trevas com Aquele que é Luz? Viver morrendo rodeado por Aquele que é a Vida?

Ele está aqui. Seus olhos estão sobre nós. Seus ouvidos estão abertos. Sua mão está ao nosso derredor. Sua voz está a ressoar como a voz de muitas águas. Olhe para Ele, fale com Ele, sinta Sua mão, ouça Sua voz. Renda-se a seus pés. Confia, confia, confia. Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele e Ele tudo fará (Salmo 37.5)