Inércia Espiritual

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Converte-nos, SENHOR, a ti, e nós nos converteremos; renova os nossos dias como dantes. (Lamentações 5.21)

Você sabe o que é inércia. Inércia é uma lei da física. Ela nos ensina que um corpo sempre vai continuar seu movimento, a menos que outra força venha a agir sobre ele. Quando jogamos uma bolinha no piso, ela vai continuar correndo, até que o atrito com o piso, a força da gravidade que puxa para baixo e o contato com o vento a faça parar. Para que ela ande de novo é preciso um novo impulso.

Nossa vida espiritual também está sujeita a essa lei da inércia. Quando aceitamos Jesus e nascemos de novo, recebemos um grande impulso de Deus para fazer a sua vontade e andar nos seus caminhos. Começamos a caminhar com alegria, com ânimo, cheio de esperança e fé. Parece que essa sensação nunca vai acabar.

Todavia, vivemos em um mundo imperfeito e nossa vida espiritual sofre constantes atritos. Sofremos oposição das forças espirituais malignas (Ef 6.12), sofremos oposição deste mundo contaminado pelo pecado (1 João 5.19), sofremos oposição da nossa própria natureza humana decaída (Gálatas 5.17). De repente sentimos dificuldades para continuar avançando.

Então, precisamos de um novo impulso para prosseguir. Na verdade, precisamos sempre de novos empurrões por parte de Deus. Pode ser um enchimento com o Espírito Santo, pode ser uma Palavra específica em um culto, pode ser uma experiência com oração, pode ser alguma Palavra da Bíblia, um milagre de Deus ou uma nova porta que se abre. Então nos animamos e avançamos.

Todavia, somente as pessoas que se expõe a Deus e sua Palavra recebem novos impulsos. Somente aqueles que estão sempre em oração, lendo a Bíblia, participando dos cultos, recebem esse novo empurrão para irem adiante.

Sua vida não pode parar. Você não pode permitir que os atritos desta vida façam você perder o brilho e o fogo que Deus acendeu em sua vida. Exponha-se a Deus todos os dias. Esteja diante Dele sempre. Peça a ele constantemente que renove seu amor, sua fé, sua esperança. O pão de ontem não serve para hoje. A vitória de ontem já passou e Deus tem outras para você. Não se conforme com o esfriamento, o desânimo, a imobilidade espiritual. Deus deseja que você avance.

Diga ao meu povo que marche! (Êxodo 14.15). Levanta-te e anda! (Atos 3.6). Esforça-te e clama! (Gálatas 4.27)


 Deus Está no Seu Hoje

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

 

 

“… porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo…” (Mateus 6.34)

Devemos ter esperança, mas não podemos viver na casa do amanhã. O futuro tem promessas de Deus para nós, promessas grandiosas e em muitos momentos somente a nossa esperança nelas nos fará caminhar. Entretanto, não podemos permitir que este amanhã mate o nosso hoje. O Deus do amanhã é também o Deus do hoje, do agora. Ele não agirá de modo especial algum dia na minha vida. Ele está agindo agora. Ele está aqui.

Nossos corações têm dificuldade de viver o hoje e de entender que o presente é a bigorna onde se forja o futuro. Corremos o sério risco de viver tão ansiosos com aquilo que virá, que chegamos ao ponto de desprezar completamente aquilo que está. O anseio pela nossa Canaã não pode nos cegar a ponto de não enxergarmos a glória de Deus presente em nosso deserto.

O amor de Deus por mim não será manifesto quando Ele trouxer seu livramento pleno, quando Ele abrir a porta que está fechada ou responder a oração que foi feita. O amor de Deus já está presente, pois me trouxe até aqui. Esperar o que Deus vai fazer não significa ignorar o que Ele já fez e está fazendo agora.

As bênçãos de amanhã são para amanhã, mas as de hoje são para hoje. Receba-as, desfrute-as, aproveite-as e glorifique a Deus por elas. Este é o dia que fez o Senhor. Regozijemo-nos e alegremo-nos nele (Salmo 118.24).

Como escreveu Blaise Pascal: “Nunca o presente é meta… o futuro só é a nossa meta. Assim, nunca vivemos, mas esperamos viver; e assim é inevitável que nós, prontos sempre a sermos felizes, nunca somos” (Pensamentos, nº 172).

O tempo entre a promessa e o seu cumprimento também é tempo de Deus. Amanhã chegaremos à terra que mana leite e mel. Hoje, temos o seu maná, sua água saída da rocha, sua coluna de fogo e sua nuvem de glória. Hoje temos Deus, sua graça, sua presença, suas mãos moldando nossas vidas. Não precisamos viver na casa do amanhã. Ele habita conosco na casa do hoje. Não precisamos esperar o futuro para sermos felizes com Ele. Ele nos dá alegria agora e sempre.

Sim, esperar pelo amanhã de Deus é bom. Deixar de viver o hoje de Deus por causa disso é muito ruim. Ele nos chamou para andar com Ele, de graça em graça, de glória em glória, até chegarmos na sua plenitude.

Não esqueça. Jesus não é só o nosso destino. Ele é o Caminho. Estar Nele hoje já é maravilhoso.


 Contra a Ociosidade

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

 

“Vou dormir um pouco”, você diz. “Vou cochilar um momento; vou cruzar os braços e descansar mais um pouco”, mas a pobreza lhe sobrevirá como um assaltante, e a sua miséria como um homem armado. (Provérbios 23.33, 34)

Em muitos casos, é na nossa ociosidade que crescem as ervas daninhas, as quais minam e atrapalham o nosso triunfo. Tempos vazios ou ocupados com atividades inúteis, abrem espaço para todo tipo de males. Momentos que poderiam ser usado para edificar nossa vida em Deus, ou que poderiam contribuir para os propósitos e a glória Dele, escoam pelos vãos dos nossos dedos como uma coisa morta e nos mata junto.

Não estou falando do descanso, ordenado e merecido. Nem mesmo de lazeres necessários e até produtivos. Ou de tempos de comunhão com pessoas que acrescentam às nossas vidas. Isso tudo é legítimo e benéfico.

O problema é a inatividade excessiva, onde sem saber o que fazer não se faz nada. Onde o entretenimento ocupa muito mais espaço do que deveria. Onde conversas fiadas e nocivas roubam o tempo da meditação, da oração, da adoração e de outras atividades para a glória de Deus. Então, em lugar de edificação temos estagnação, em lugar de avanço, paralização e retrocesso. Deixamos de nos encher de Deus e do que é Dele, para encher-nos de vento. Para depois nos lamentarmos porque estamos como estamos. Deus nunca derramou sua bênção sobre a inatividade, a preguiça e o ócio.

Fomos chamados para ser frutíferos, para realizar em Seu Nome, com Seu poder e para Sua glória. E temos de fazer isso no tempo que Ele nos dá. O tempo que perdemos, jamais acharemos outra vez. Instantes consagrados a Ele são sementes de eternidade.

Minha alma dói diante da minha esterilidade e inércia, diante do fato que tenho vivido tão pouco para a glória de Deus, escreveu David Brainerd em seu diário. Só quem deseja ardentemente viver para Ele sabe quão ruim é o tempo desperdiçado.

Consciências tocadas pelo Espírito de Deus abominam o ócio. Sabem que se nossa vida pertence a Ele, nosso tempo também pertence. Não há paz quando percebemos que inutilidades nos prenderam e roubaram minutos, horas e até dias preciosos que pertenciam a Ele. No entanto, há paz na realização de nossa missão. Ocupar o nosso tempo com Deus e em favor Dele é o caminho para quem quiser levantar-se e deitar-se em paz (Brainerd).

Vencer a preguiça e o ócio é o primeiro passo para as demais vitórias que o nosso Deus tem para nós.


 Meditando Sobre Dívidas

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

 

Certo dia, a mulher de um dos discípulos dos profetas foi falar a Eliseu: “Teu servo, meu marido, morreu, e tu sabes que ele temia o SENHOR. Mas agora veio um credor que está querendo levar meus dois filhos como escravos”. (2 Reis 4.1-7).

Esta passagem das Escrituras é muito profunda, não só nas lições espirituais, mas também, nas práticas. Não poucas vezes e não com poucas pessoas, a tragédia das dívidas bate a porta e cobra um preço alto.

Primeiramente, é bom lembrar que temos aqui a história de um homem que temia ao Senhor, mas tinha dívidas. Por melhor que seja nosso relacionamento com Deus, isto não é garantia contra problemas financeiros.

Não sabemos a razão de suas dívidas. Se era inabilidade dele em lidar com dinheiro, se resultado de uma crise financeira nacional, se simplesmente o peso do cotidiano de manter casa e filhos. O fato é que toda dívida é resultado de se gastar mais do que se ganha seja qual for o motivo dessa atitude.

E a situação tornou-se pior. Ele morreu. O severo braço da lei veio agora sobre a viúva e os órfãos. A cena não podia ser mais triste: uma mãe, viúva, vendo seus filhos sendo levados como escravos devido as dívidas deixadas pelo marido. Além de não ter como sobreviver e sustentar os filhos, tinha que vê-los sendo escravizados. Difícil entender tal dor sem ter passado por algo semelhante.

No entanto, ela foi buscar conselho e ajuda de pessoas que conheciam ao Senhor, foi buscar uma palavra de Deus para aquela situação. E o pouco que ela tinha em casa, uma pequena porção de azeite, foi o que Deus usou para suprir suas necessidades. A bênção Dele faz toda diferença. O agir Dele, pode influenciar tudo, mesmo as questões financeiras. Ele bem pode nos ajudar em nossas dívidas.

Sua busca em Deus, sua obediência à direção Dele e sua confiança Nele, trouxe a solução, pôs fim a tragédia.

Mas talvez, aquilo que mais nos toca seja a orientação do profeta: “Vai, vende o azeite e paga tua dívida…” (2 Rs 4.7). Paga tua dívida. Deus não nos quer com dívidas. Suas bênçãos financeiras não são dadas para ostentações e esbanjamentos vãos. Sua provisão é para que possamos nos livrar das dívidas, umas das grandes formas de escravidão do homem moderno.

Suas dívidas pesam no seu coração? Leve-as ao Senhor com todo o sua alma e creia. Ele sempre tem uma Palavra de bênção e de paz.


 Sabedoria e Força

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

“…porque Dele é a sabedoria e a força” – Daniel 2.20

Podemos resumir as necessidades espirituais do homem em duas palavras: sabedoria e força. Sabedoria para saber o que fazer e força para poder fazê-lo. Sabedoria para conhecer o caminho e força para andar nele. Sabedoria para saber qual a melhor atitude a tomar e força para tomá-la. Em cada área da vida, a união desses dois elemento podem fazer de nossas vidas, videiras frutíferas.

A sabedoria sem a força nos torna frustrados, porque então sabemos o que fazer, mas não fazemos, conhecemos a melhor decisão mas não tomamos. De nada nos adianta olhar para o caminho, mas estar prostrado nele sem forças para prosseguir. De nada nos serve saber o que a vida requer de nós e não ser capaz de atender suas exigências. A sabedoria é coisa excelente como diz a Palavra, mas só se torna eficaz com a força de Deus a agir em nossa vida.

Por outro lado, a força sem a sabedoria nos faz andar em círculos. Corremos para lugar nenhum. Fazemos muita força, temos entusiasmo, empolgação, mas pouco fruto. Corremos sem meta e damos socos no ar (1 Co 9.27). No final estamos cansados, mas sem prêmio. Golpeamos, golpeamos, mas nosso inimigo permanece em pé e as muralhas não caíram por terra. Nem a mira é sem o arco, nem o arco sem a mira. É preciso ter ambos em nossas mãos.

Deus deseja homens e mulheres, fortes e sábios Nele, que compreenderão sua vontade e terão forças para realizá-la. Em um mundo onde a rebeldia à Deus impera e onde tudo se opõe ao Seu querer, tais pessoas são imprescindíveis.

Oremos sempre, para que o Deus da vitória, que em Cristo Jesus nos chamou para ser mais do que vencedores, venha nos ensinar a tomar posse cada dia, da sabedoria e da força manifestada na Vida de seu Filho.

“Mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, nós lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1 Coríntios 1.24)


 Nós Não Vamos Morrer

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

 

“Mestre, Mestre, vamos morrer!” (Lucas 8.24).

Com essas palavras os discípulos acordaram Jesus durante a tempestade ocorrida enquanto atravessavam o Mar da Galiléia. Para eles era o fim. Diante de seu fracasso em tentar conter a água que enchia o barco, eles estavam certos de que não havia como escapar. Em seu desespero não conseguiam ver o amanhã. Jesus lhes parecia alguém impotente e incapaz de salvá-los diante dos ventos fortes, da chuva torrencial e do mar agitado.

Da mesma forma, houve momentos em nossa vida nos quais também pensamos que era o fim. Nossos esforços não adiantaram nada. A situação apenas piorava e piorava. O Senhor nos pareceu distante, quieto, silencioso, irrelevante. Diante disso também nos desesperamos. Era a nossa morte, nosso final. Mas não foi. O Senhor se levantou, o Senhor ergueu sua voz. Ele ordenou e tudo se fez quieto.

Não! Nós não morreremos, porque Ele está conosco. Ainda que nossa esperança morra, nós não morreremos porque foi Ele quem nos chamou para atravessar o mar e chegar do outro lado. Nós não morreremos porque foi lhe dado todo o poder nos céus e na terra. Não estamos nas mãos das circunstâncias, estamos em suas poderosas mãos. Ainda que tudo pareça uma imensa tragédia, isso não é verdade. Pelo contrário.

Quando a tempestade se aquietou diante da ordem da sua voz eles se perguntaram: “Quem é este que até o vento e o mar obedecem?”. Da mesma forma, depois que a tempestade se for, nós o conheceremos um pouco mais. Teremos uma ideia mais concreta de quem é Jesus e daquilo que ele pode fazer. Não, nós não seremos submergidos. Seremos sim, testemunhas oculares de seu poder e de seu cuidado por nós. Aprenderemos que Sua luz se revela em nossas escuridões e que Sua força se revela em meio a nossas fraquezas.

Não, não vamos morrer. Não, não vamos sucumbir. Não, este não é o fim. Nossa história com Ele está apenas começando.

Não morrerei, mas viverei; e contarei as obras do SENHOR (Salmo 118.17).


 O Deus Que Sempre Fala

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Pois a verdade é que Deus fala, ora de um modo, ora de outro, mesmo que o homem não o perceba. (Jó 33.14)

Alimentamos a falsa ideia de que Deus nos espera domingo a noite, durante nossos cultos, para falar algo relevante aos nossos corações. No restante do tempo Ele permanece calado, imóvel, passivo, inócuo. Para o nosso tolo entendimento, o silêncio divino marca nossos dias. Somos servos de um Deus mudo, ou no máximo, de um Deus lacônico, que fala somente o indispensável, por meio de monossílabos ocasionais.

Esse não é o Deus da Bíblia.

Quem lê as Escrituras sabe muito bem que ela nos revela um Deus que fala e fala muito. “E disse Deus”, “Assim diz o Senhor”, “Em verdade, em verdade vos digo”. E não só isso. “A sabedoria clama lá fora, pelas ruas levanta a sua voz. Nas esquinas movimentadas ela brada, nas entradas das portas e nas cidades profere as suas palavras” (Provérbios 1.20, 21). Deus fala em Seu Livro. E quem o lê e dele bebe, quando o fecha, continua ouvindo o Deus que sempre e em tudo fala.

Sim, Deus fala muito e de muitos modos, mas nem sempre prestamos atenção. Sim, Ele está conosco todos os dias (Mateus 28.20) e juntamente com Sua Presença temos a Sua Voz: a Voz do Verbo, a Voz do Eterno, a Voz de Deus. O que nos falta são ouvidos para ouvir e um coração para perceber. Em verdade, o suposto silêncio divino é, na grande maioria das vezes, a nossa própria surdez.

Nós não O ouvimos porque não queremos obedecer. Saber Sua vontade supõe rendição a ela e a renúncia de coisas fúteis em nossa vida, a correção de nossos descaminhos, é um fato que nos desagrada. A submissão do coração precisa anteceder a prontidão de nossos ouvidos.

Se não existe um lugar onde Deus não esteja, também não existe um momento no qual Ele não possa falar. Nem existe um momento no qual não precisamos ouvir Sua Voz. Nosso coração corrompido sempre precisa desesperadamente de suas instruções. E Ele pode nos dar, pois onde está Sua Presença está Sua Voz. “Então abre os ouvidos dos homens e lhes sela a sua instrução” (Jó 33.16).

Muitos passam sua vida a dizer que Deus não lhes fala. A verdade, é que elas mesmas seguem seu caminho sem ouvi-lo. Fale com Deus. Ouça Deus.


 Vivendo no Onipresente

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

 

Porque NELE vivemos, nos movemos e existimos (Atos 17.28)

Como buscaremos Aquele que está em toda parte? Como acharemos o Onipresente? E como tocar Naquele que preenche todas as coisas? Onde está Aquele que nem o céu e nem os céus dos céus podem conter? Para onde ir? Onde buscar? Qual o caminho a ser percorrido? Quais veredas nos levarão até Aquele que é o Caminho?

Deus está aqui. Não está longe de cada um de nós (Atos 17.27). Nenhuma distância física nos separa Dele e sim a atitude dos nossos corações. Ele é real, mas só aqueles que já foram tocados por Ele, podem perceber essa realidade. Quem não nascer de novo não vê o Reino de Deus (João 3.3). Só quem o ama o percebe, só quem o deseja o toca e é tocado por Ele.

Ele está aqui, tanto quanto está no seu trono nas alturas. Ele está aqui, mais certo que o ar que respiramos, ou o calor que nos queima ou o frio que nos aflige. Vê-lo e ouví, tocá-lo e sentí-lo não é trabalho para os olhos, para os ouvidos ou para a pele. É trabalho para o coração rendido a Ele, apaixonado por Ele, ansioso por Ele.

Nossa insensibilidade para aquilo que é Dele, nos cega, nos ensurdece, nos isola Dele. Ele está falando, mas nós não ouvimos. Está nos abraçando, mas não sentimos. Sua mão está estendida e nós não a vemos. Ele nunca nos deixou, nunca nos desamparou, mas nós caminhamos abatidos reclamando de sua ausência. Jamais te deixarei. Nunca, jamais te desampararei. (Hebreus 13.5)

Estamos Nele, creiamos ou não. Vivemos Nele, sentindo ou não. Nossa falta de percepção não altera sua onipresença. Ele sempre é, Ele sempre está.

Como um vaso dentro do mar, que se abre e se deixar encher, assim precisamos fazer. Por que permanecer vazio se vivemos, nos movemos e existimos Naquele que preenche todas as coisas (Jeremias 23.24)? Morrer de sede dentro da Fonte? Estar nas trevas com Aquele que é Luz? Viver morrendo rodeado por Aquele que é a Vida?

Ele está aqui. Seus olhos estão sobre nós. Seus ouvidos estão abertos. Sua mão está ao nosso derredor. Sua voz está a ressoar como a voz de muitas águas. Olhe para Ele, fale com Ele, sinta Sua mão, ouça Sua voz. Renda-se a seus pés. Confia, confia, confia. Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele e Ele tudo fará (Salmo 37.5)


 Enganados Pelos Orgulho

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

A soberba do teu coração te enganou… (Obadias 3)

O orgulho é um pecado que nos cega para todos os outros pecados. De repente, não nos vemos mais como os pecadores que somos. De repente, nos sentimos superiores aos outros e passamos a ser seus juízes. De repente, começamos a achar que não precisamos nos humilhar diante de Deus, nem nos quebrantar ante sua Palavra. Achamos que não temos mais nada a aprender. Nosso ouvido endurece, nosso coração se eleva e passamos a viver independentes de Deus e de sua graça.

E a cegueira é tão grande, que ao invés de percebermos que estamos cegos, nós achamos que enxergamos melhor do que qualquer pessoa, inclusive melhor do que o próprio Senhor! Lemos as Escrituras, não para que elas nos falem e nos corrijam, mas para escolher palavras para corrigir aos outros. Nossa oração torna-se mera retórica, cheia de farisaísmo e de frases vazias. Sabemos muito com a cabeça e nada com o coração.

Quão estúpidos somos! Bastam alguns elogios, algumas pregações bem sucedidas, algumas vitórias e então já começamos a achar que a causa de tudo isso é a nossa própria força e sabedoria, e não a graça de Deus. Facilmente nos tornamos vítimas de nosso sucesso e somos emboscados pela nossa tolice! Queremos roubar a glória que só pertence a Deus, acreditando que nossa loucura ficará impune.

Ao invés de humildade, soberba; ao invés de temor, altivez; ao invés de reconhecimento de nossa pecaminosidade, a ilusão da força própria, força que com um sopro vai ao túmulo.

O orgulho é um pecado sutil. Só pode ser percebido sob a luz da luz de Deus. Em tua luz veremos a luz (Salmo 36.9). Ele se esconde atrás da falsa modéstia, de palavras ditas da boca para fora. Ele nos impede de ver quem realmente somos. Quem ignora seus perigos facilmente cai em suas armadilhas.

O Espírito luta contra a carne (Gálatas 5.17), a humildade contra o orgulho. Temos feitos coisas boas em Deus. Temos o obedecido em muitas coisas. Com a graça Dele temos sido capazes de realizar coisas que jamais faríamos sem ela. E ainda assim permanecemos pecadores, pequenos e fracos. Continuamos sendo a flor que fácil murcha (1 Pedro 1.24) e a fumaça que logo se esvai (Tiago 4.14). Continuamos sendo poeiras transitórias diante da Rocha Eterna.

A cegueira produz queda. O orgulho derruba. Nisso a Palavra divina nos orienta. A soberba precede a ruína e a altivez de espírito, a queda (Provérbios 16.18. Que o orgulho em nós morra na cruz de Cristo ou ele matará Sua vida em nós.

 


 Abençoados e Abençoadores

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Um dia, quando Eliseu chegou, subiu ao seu quarto e deitou-se. Ele mandou o seu servo Geazi chamar a sunamita. Ele a chamou e, quando ela veio, Eliseu mandou Geazi dizer-lhe: “Você teve todo este trabalho por nossa causa. O que podemos fazer por você?” (2 Reis 4.11-13)

Ó Deus, fonte de todo bem e de toda vida, não permita que sejamos abençoados e não abençoar, instruídos e não ensinar, enriquecidos e não compartilhar. Que cada bondade recebida nos torne desejosos de retribuir. Jamais nos permita receber sem doar.

Que os gestos de graça que temos recebido de cada pessoa, gere em nossos corações um desejo intenso de retribuir. Que a gratidão seja nosso respirar.

Não sejamos nós como tanques que recebem a chuva e a retém somente pra si. Que sejamos o rio por onde flui Teu amor, Tua sabedoria, Tua graça, Tua unção. Que fiquemos incomodados e inquietos enquanto não expressarmos a Ti e a todos os nossos abençoadores a devida gratidão.

Só vale ser cheio de Ti se for para compartilhar-Te. Não queremos apenas beber das tuas fontes. Queremos nós mesmos ser fontes que jorram para vida eterna (João 4.14; 7.38).

Que darei ao Senhor por todos os benefícios que Ele me tem feito? (Salmo 116.12)

Unge os nossos olhos com o Teu colírio para que possamos ver a graça, a beleza e a bondade do Teu coração manifestados em nós. Que o amor produza amor, a bondade, bondade e a graça, graça.

Sabemos que nem tudo é bom neste nosso mundo decaído. Nem todos são bons nesta terra de seres corrompidos. E mesmo os bons não o são o tempo todo. Sabemos que há muita maldade, escuridão e dor ao redor.

E justamente por isso é necessário que cada boa semente seja multiplicada e se transforme em pomar. A água da vida precisa fluir nesta terra seca. Todo Teu bem em nós precisa tornar-se um rio que flui e se transforma em fluxo abençoador, trazendo vida por onde passar. Fomos chamados a ser sal saboroso e luz iluminante em um mundo insípido e escuro. Tua graça não é apenas para nós, mas é através de nós.

Que nada do que recebermos, seja direto de Tuas mãos ou através de outras, se estagne em nós. Que tudo flua, que tudo jorre, que tudo avance, movido pela gratidão e pelo reconhecimento de que “tudo vem de Ti, e nós apenas demos o que vem das Tuas mãos”. (1 Crônicas 29.14)