O Deus de Todas as Circunstâncias

Por Eguinaldo Hélio de Souza

O homem de Deus foi ao rei de Israel e lhe disse: “Assim diz o SENHOR: ‘Como os arameus pensam que o SENHOR é um deus das montanhas e não um deus dos vales, eu entregarei esse exército enorme nas suas mãos, e vocês saberão que eu sou o SENHOR’ ”. (1 Reis 20.28)

Para Deus não há situações desfavoráveis, Ele não é menos Deus porque as circunstâncias mudaram. Ele trouxe vitória a Israel nas montanhas e traria vitória nos vales também. Nosso êxito talvez necessite que as coisas sejam sempre favoráveis ou que nunca mudem. O êxito de Deus, não.

Nós geralmente tememos quando as coisas se alteram, quando as condições são outras e já não parecem tão positivas. Nessa hora não é incomum nosso coração temer e pensar que a superação será muito difícil ou talvez impossível. Mas não é assim.  Nós não andamos sozinhos neste mundo, não lutamos sozinhos, lutamos com Deus e por Deus.

Aos olhos de Deus, uma montanha não é muito diferente de um vale ou de uma planície, assim como um problema não é maior do que o outro. Deus já curou simples dores de cabeça e já sarou cancerosos terminais. Sua força na peleja é invencível sempre. Ele já nos provou ser Deus na abundância e na calmaria. Ele já nos mostrou várias vezes que é nosso Deus nas montanhas e igualmente nos vales profundos.

Como Pedro, olhamos simplesmente para nós, para o mar e para o vento. Quando na verdade, se estamos caminhando firmes é porque a princípio soubemos olhar para o Senhor e ouvir a sua voz. Estamos onde estamos porque ele nos chamou e nossa vitória continua tão dependente Dele como no início. O mais importante não é para onde sopra o vento ou qual a sua intensidade. O mais importante é Quem nos conduz e nos garante.

Seja nas montanhas ou nos vales, nas situações boas ou ruins, a nossa vitória dependerá sempre de Deus.

O Senhor é nosso Pastor, quer nos pastos verdejantes e nas águas tranquilas, quer no vale da sombra da morte.


 O Deus Que Nos Vê

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Este foi o nome que ela deu ao SENHOR que lhe havia falado: “Tu és o Deus que me vê”, pois dissera: “Teria eu visto Aquele que me vê?”

 

Muitas vezes o sentimento de solidão e abandono nos domina. Nós nos sentimos desamparados por tudo e todos, até por Deus. Chegamos a pensar que Ele nos esqueceu e que caminhamos neste mundo à mercê de acontecimentos ruins que nos ferem e magoam. Achamos que nossos problemas e necessidades estão ocultos aos olhos do Senhor. Como Hagar no deserto, pensamos que é o fim, que a situação é demais para nossas forças, e não sobreviveremos. Isso é  um engano.

Deus é o Onisciente, Aquele que tudo sabe. Ele a tudo vê. Nem sempre compreenderemos seu aparente silêncio e sua aparente quietude. Sim, aparente, porque na verdade Ele nunca se cala, nunca se aquieta. Como diz o Salmo 121, o seu guarda não dorme. Não, o guarda de Israel nunca descansa nem dorme (v. 3,4 – Bíblia Judaica). Ele trabalha enquanto você dorme e fala enquanto você busca respostas. Como escreveu A. W. Tozer: Deus não está calado, e nunca esteve. Falar faz parte da natureza de Deus. Agora mesmo Ele tem uma palavra para você.

Deus não é nosso sentimento. O que sentimos não determina os fatos sobre Ele. Achar que Ele está longe não o torna distante, sentir-se esquecido não O faz esquecer-se de nós. Nem sua queixa muda o cuidado de Deus  por você. “e por que se queixa, ó Israel: “O SENHOR não se interessa pela minha situação; o meu Deus não considera a minha causa”? (Is 40.27). Sim, Ele considera todas as suas causas, pois sua vida pertence a Ele. E tempo vai mostrar que isso é verdade, como ele mostrou para Hagar no deserto.

Hagar não morreu. Ismael não morreu. Pelo contrário, suas vidas se prolongaram ao ponto de possibilitar a formação de um povo numeroso, pois Ismael é o pai dos árabes. A história daquela mãe e seu filho continuou porque  há um Deus que nos vê. Assim será com você. O Deus que vê você tem um plano e um bom propósito (Jr 29.11). Ele começou em você boa obra e a concluirá até o dia de Jesus Cristo (Fl 1.6).

 


 O Crente Mínimo

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Vivemos em tempos difíceis, onde o título “evangélico” ou “crente” perdeu muito de seus valores antigos. Pessoas sem compromisso, sem constância, sem definição de si mesmas são incluídas entre os cristãos.

Mas existe um padrão mínimo para ser um cristão.

De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor… (Atos 2.41-43)

Receber a palavra é o primeiro passo. Não apenas ouvir a palavra, mas recebe-la, aceita-la como de Deus. O cristão entende que ela é a revelação de Deus para sua vida. À partir daí a Bíblia precisa ter presença constante em sua vida.

Um segundo fato é que um verdadeiro crente é aquele que persevera. Não somos apreciadores do Evangelho. Somos participantes. No mínimo, precisamos ter constância nas coisas de Deus. Um verdadeiro crente persevera.

Persevera na doutrina dos apóstolos. Isso significa ter uma liderança sobre si. Quem é seu líder? A quem você responde? Somos membros de um corpo. Não existem membros independentes em um organismo. Todos são interdependentes. Um crente verdadeiro, no mínimo, é capaz de identificar a autoridade sobre si.

Persevera na comunhão. Ninguém pode ser crente sozinho. “Servir a Deus em casa” é o primeiro passo para servir a Deus em lugar nenhum. É preciso conviver com outros cristãos se queremos caminhar com Deus. Perseverar na comunhão com outros cristãos é o mínimo que um crente deve fazer.

Persevera no partir do pão. Participar da Ceia do Senhor identifica um crente. O pão e o vinho são os símbolos de nossa aliança com Deus. Qualquer pessoa pode receber uma bênção de Deus ou mesmo uma promessa. Somente salvos podem viver uma vida em aliança com Deus.  Participar da Ceia do Senhor é o mínimo que um crente deve fazer.

Persevera nas orações. Quem não sabe falar com Deus não é Dele. Ele é o Pai e nós os filhos. Isso supõe relacionamento e intimidade. Ninguém vive com Deus sem falar com Deus constantemente. Perseverar na oração é o mínimo que um cristão pode fazer.

Receber a palavra, sujeitar-se à autoridade, viver em comunhão com outros cristãos, participar da Ceia do Senhor, ter uma vida de oração, são as necessidades mínimas para um cristão. Perseverar nessas coisas é o mínimo que um cristão deve fazer se quer ser reconhecido como cristão. Menos que isso é subcristianismo e não poderá satisfazer o coração de Deus.


 O Chamado Para Sustentar

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

A história da viúva de Serepta também é em parte nossa própria história. Ela não foi chamada para pregar, para curar ou para profetizar. Ela foi chamada para sustentar. Sustentar o ministério de Deus através do profeta, sustentar Sua obra, Sua causa. Isso também é um chamado divino.

O que ela fez por Elias não foi fruto do acaso, foi fruto da determinação  divina. Levanta-te, vai a Serepta de Sidon, e habita ali. Ordenei a uma mulher viúva ali que te sustente (1 Rs 17.9). Embora ela mesma ignorasse, não estava sendo movida por obrigação, nem mesmo por compaixão. O que ela fez foi motivado pelo decreto de Deus.

O propósito de Deus não incluía apenas o profeta, mas incluía o sustentador do profeta. O Deus que levantou Elias também levantou a viúva. O Deus que ordenou a ele que profetizasse e proclamasse sua palavra, ordenou a essa viúva que fosse a provedora da obra dele. Os propósitos de Deus não incluem apenas a obra de Deus, mas incluem também você, chamado para ser o sustentador dessa obra. Deus é o Deus que cuida de tudo. Cada um tem sua função, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos (1 Co 12.6).

Entretanto, essa determinação divina trás também a capacitação divina. Se aquela viúva haveria de suprir Elias ela somente o faria porque Deus a supriria também. O Deus que ordena é o Deus que capacita. Suprimos porque somos supridos por Ele, ajudamos por que fomos ajudados, agimos porque Ele opera em nós. Nossa capacidade vem de Deus (2 Co 3.5), inclusive a capacidade de ajudar  financeiramente.

As ordenanças divinas também trazem consigo a bênção. Seus mandamentos são um privilégio, pois bem-aventurado é aquele que obedece. A obediência produz a bênção. Asseguro-lhes que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, (…) Contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, senão a uma viúva de Sarepta, na região de Sidom. (Lc 4.25, 26). Há muitas pessoas nesse mundo que talvez tenham mais do que você. Entretanto, foi você o escolhido para ser sustentador de Sua obra. Aproveite esse privilégio. Obedeça e contemple a bênção do Senhor sobre a sua vida.


 Nosso Deus Também Fecha Portas

Por Eguinaldo Hélio de Souza

           

Então, me fez voltar para o caminho da porta do santuário exterior, que olha para o oriente, a qual estava fechada. E disse-me o SENHOR: Esta porta estará fechada, não se abrirá (Ezequiel 44.1, 2)

 

Sempre proclamamos Deus como Aquele que abre todas as portas. Ele é em nossa mente, antes de tudo, o Deus que abriu o Mar Vermelho para o seu povo. Todavia, isso não é tudo.

Nosso Deus também fecha portas. Fecha e ninguém abre! (Apocalipse 3.7). Isso pode parecer negativo. Lembre-se, porém, que tudo que vem das Suas mãos tem um propósito glorioso.

Mesmo que todas as portas estejam fechadas, Deus continua sendo Deus! Ele não é menos Deus somente porque queremos ir a certos lugares, fazer certas ações, obter certas conquistas e não podemos.

Portas fechadas não mudam Deus. Seu amor, Seu poder, Seus propósitos para as nossas vidas permanecem os mesmos. Coisas que nos incomodam não incomodam a Ele. Assim como Ele abre caminhos para cumprir seus propósitos, Ele também as fecha para fazer a mesma coisa.

Paulo e seus companheiros viajaram pela região da Frígia e da Galácia, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia. (…)  tentaram entrar na Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu. (…) Durante a noite Paulo teve uma visão, na qual um homem da Macedônia (…) suplicava: “Passe à Macedônia e ajude-nos”. (…) preparamo-nos para partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos tinha chamado para lhes pregar o evangelho (Atos 16.6-10). Assim o Evangelho chegou à Europa e da Europa ao mundo.

Não estou dizendo para desistirmos diante de cada porta fechada. Estou apenas dizendo que portas fechadas não significam o fim e podem significar até mesmo um novo começo. Só o futuro nos mostrará. Hoje basta confiarmos.

Se cremos na direção e presença Dele em nossas vidas, não podemos desconfiar de cada dificuldades como se a frustração de nossos planos e a suspensão de nossos anseios significasse que Ele está impotente. Nas nossas impotências Deus está agindo. Nas nossas impossibilidades Ele está criando verdadeiras possibilidades.

Definitivamente, Deus é Deus também das portas fechadas.


 Nossa Fé Não é Cega

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Fiel é o que vos chama e Ele também o fará (1 Tessalonissenses 5.24).

 

Cego é quem pensa que nossa fé é cega. Nossa confiança em Deus e em suas promessas, não nasceu do nada, não foi gerada no vazio, não existe por acaso. Ela nasceu como o resultado das ações concretas de Deus neste mundo, na história e em nossas vidas. Assim como nosso amor a Ele é a conseqüência do amor Dele por nós (1 João 4.19), nossa confiança Nele só existe por sua ação real no tempo e no espaço.

Basta ler as Escrituras para ver nelas as muitas promessas de Deus que se cumpriram. Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Josué, Davi, Salomão e inúmeros outros ouviram e viram o quanto Deus é fiel. O que Ele disse, Ele cumpriu. Suas palavras não caíram no vazio, elas foram sustentadas por sua imutável fidelidade. Os anos se passaram e as palavras antigas se tornaram realidade. Palavra alguma falhou de todas as boas palavras que o SENHOR falara à casa de Israel; tudo se cumpriu. (Josué 21.45)

Depois, podemos olhar para a história. E ver que aqueles que confiaram nas promessas de Deus em sua Palavra, nunca foram decepcionados. Há o testemunho inumerável de homens e mulheres de Deus, que receberam provisão, direção, curas, vitórias, capacitações sobrenaturais quando decidiram confiar. Eles não foram envergonhados, não foram confundidos. E a história deles é apenas um ínfimo registro de tudo o que Deus fez.

Por fim, nós tempos experimentado a fidelidade de Deus em nossas vidas e nas vidas ao nosso redor. Temos crido que as promessas feitas foram feitas por um Deus real e fiel. E provamos que Ele realmente transforma, Ele realmente salva, Ele realmente provê e guarda. Ele é digno de confiança.

Como não crer diante tantos fatos? E se posso confiar na palavra dada por amigos que se mostraram leais ao que disseram, não devo confiar muito mais Nele? Nossa fé se apoia Naquele que fez a promessa e que se tem mostrado digno de nossa inteira confiança. Nós só podemos dizer ao Senhor:

Tua fidelidade é grande. Tua fidelidade incomparável é. Nada é como Tu, bendito Deus. Grande é Tua fidelidade.


 Nossa Alma Aflita

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Também condenou as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinzas (…); mas livrou Ló, homem justo, que se afligia com o procedimento dos que não tinham princípios morais (pois, vivendo entre eles, todos os dias aquele justo se atormentava em sua alma justa por causa das maldades que via e ouvia) (2 Pedro 2.6-8)

 

Deus nos chama para ser luz em meio as trevas, justos em uma sociedade injusta, santos em um mundo contaminado. Somos chamados a influenciar sem nos deixar manchar, purificar sem ser tocado pelas impurezas que rodeiam. Onde quer que Ele nos coloque, temos de florescer e espalhar o bom perfume de Cristo. Mesmo imperfeitos, o contraste entre o que fazemos ou dizemos e o que fazem e dizem ao nosso redor precisa ser evidente. Só assim influenciaremos.

Nada disso será possível se nossa alma não se angustiar com o mal que nos circunda. São tantas palavras indecentes, tantas ações imorais, tantos males que se levantam! Sim, nada é novo debaixo dos céus. O que a humanidade pratica hoje ela vem praticando desde a queda. Entretanto, hoje peca-se com orgulho. O que era imoral tornou-se normal, o que era proibido agora é defendido com soberba e ai daqueles que ousarem se opor. São agredidos verbal e até fisicamente como aconteceu com Ló em Sodoma. Estes, sem dúvida, são como os dias de Ló.

Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo! (Isaías 5.20)

Nossa alma se aflige porque aqui não é nosso lugar. Estamos felizes e realizados em Deus porque Ele é bom. Espiritualmente falando, vivemos em Cristo e em Cristo tudo é vida. Humanamente falando, vivemos em uma sociedade que nos tenta seduzir e que arrasta ao vício e ao pecado pessoas que amamos. Nosso anseio é que o Senhor volte e mude todas as coisas.

Ainda assim, com nossa alma aflita, não iremos desanimar. Caminharemos nesta terra segurando firme a verdade de Deus, ouvindo a Palavra que diz: Levantai-vos e andai porque não será aqui o vosso descanso. Por causa da corrupção que destrói, sim, que destrói grandemente. (Miquéias 2.10)


 Nem Tudo Vai Dar Certo

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Sei que esse é o tipo de mensagem que não gostamos. Preferimos que nos digam que tudo vai dar certo, que sempre vamos conseguir realizar tudo o que planejamos e que nossos objetivos serão plenamente alcançados. Queremos acreditar que nunca teremos problemas, embora lá no fundo saibamos que isso é impossível. Nem tudo vai dar certo.

Penso que o apóstolo Paulo tinha plena consciência disso. Ele escreveu para os irmãos da igreja em Tessalônica:

Quisemos visitá-los. Eu mesmo, Paulo, o quis, e não apenas uma vez, mas duas; Satanás, porém, nos impediu. (1 Tessalonissenses 2.18).

Penso que isso deve ser algo difícil de admitir, principalmente para um apóstolo. Dizer que fez um plano, mas foi impedido por Satanás de realiza-lo, pode parecer para alguns uma inadmissível confissão de fracasso. E foi um fracasso.

Entretanto, nem só de sucesso vive o homem. Muitas vezes fazemos planos que não dão certo, tomamos direção errada, realizamos uma escolha indevida. Nem sempre acertamos. E alguns ficam remoendo seus insucessos como se isso fosse o fim de suas vidas. Não é.

Não encontramos nas palavras do apóstolo nenhum tom de desânimo ou de lamentação. Simplesmente aconteceu. Ele não conseguiu realizar aquele intento. Foi impedido por Satanás! E daí? Ele poderia tentar de novo, e de novo, e de novo. Ele buscaria outra solução. E nesse processo de tentativas e erros ele estava crescendo no Senhor.

Nós sempre somos do Senhor. Quando erramos e quando acertamos, quando caímos e quando levantamos, quando vencemos e até quando fracassamos. Nem tudo vai dar certo. Também, nem tudo vai dar errado. E Deus sabe disso. É em meio a essas contradições desse nosso mundo imperfeito que Deus vai nos conduzindo até chegarmos ao alvo.

Apesar de nossas limitações, aquele que começou em nossa a boa obra, há de aperfeiçoá-la até o dia de Jesus Cristo (Filipenses 1.6)


 Nem Toda Tristeza é Ruim

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Se aqui fosse o céu e se já estivéssemos na eternidade, então poderíamos dizer que a tristeza, a angústia e a aflição que batem à nossa porta seria definitivamente ruim. A eternidade é o lugar e o tempo em que todas as lágrimas serão enxugadas e todas as maldições banidas. Não haverá lugar para tais coisas.

Todavia, vivendo hoje em um mundo decaído, distorcido pelo pecado, temos que reconhecer que a tristeza se tornou necessária. Precisamos dela para caminhar bem neste mundo.

Primeiro temos a tristeza pelo pecado. Se nós não sentíssemos tristeza cada vez que desobedecêssemos a Deus, então nossa vida estaria repleta de coisas erradas e estaríamos trilhando o caminho para o inferno. A tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação e da salvação ninguém se arrepende. (2 Coríntios 7.10)

Temos também a tristeza que nos torna sábios, que nos ensina que jamais teremos neste mundo tudo o que precisamos. É aquela tristeza da qual fala o livro do Eclesiastes: A tristeza é melhor do que o riso, porque o rosto triste melhora o coração. O coração do sábio está na casa onde há luto, mas o do tolo, na casa da alegria. (Eclesiastes 7.3, 4)

Há ainda a tristeza que nos leva a Deus. Sim, constantemente as coisas da vida têm o poder de nos fazer esquecer a necessidade que temos de Deus continuamente. Então chega a aflição e isso muda. Na minha angústia clamei ao Senhor, é uma expressão freqüente no livro dos Salmos. A experiência dos salvos em toda a história é a experiência da dor que leva ao alto, que leva a Deus.

E por fim temos a tristeza que aperfeiçoa o nosso caminho. No Salmo 119.67 está escrito: Antes de ser afligido eu andava errado. Agora guardo a tua palavra. Nem sempre as exortações e conselhos terão o efeito desejado nas pessoas. Elas muitas vezes irão ignorar nossas advertências, por mais sábias e amorosas que sejam. Entretanto, quando os frutos amargos das ações erradas chegarem, então elas corrigirão seus passos.

Desse modo, nem toda tristeza será ruim. Um dia, todas elas se converterão em alegria eterna.


 Nem Toda Comida é Saudável

Por Eguinaldo Hélio de Souza

           

Mas tu, ó filho do homem, ouve o que te digo; não sejas rebelde como  a casa rebelde; abre a tua boca, e come  o que eu te dou. (Ezequiel 2.8)

 

Qualquer pessoa sensata sabe que nem toda comida é saudável. Há muita comida estragada sendo consumida por aí. Há muitos estômagos, fígados e intestinos danificados por coisas que jamais deveriam ter sido digeridas. Da mesma forma, a comida com a qual muitas mentes e corações têm sido alimentados é de péssima qualidade. Na televisão, nos livros, na internet, nas conversações pessoais – há muita comida estragada que estragam muitas vidas. As pessoas vêem e ouvem tantas coisas ruins que sua vida interior está intensamente contaminada.

O problema é que mesmo alimentos não saudáveis podem ser saborosos. Quem disse que o mal, além de bonito, não pode também parecer delicioso? As pessoas estão nutrindo sua vida com ideias que são doces em sua boca, mas venenosas aos seus espíritos.

Também não há dúvida de que a propaganda é responsável por muito daquilo que comemos. “Veja”, “leia”, “ouça”, “experimente”. Essas palavras estão constantemente sendo bombardeadas sobre as pessoas. E sem critério elas absorvem tudo só porque a propaganda foi boa.

Claro que não podemos nos isolar do mundo. Mas quem se alimenta da Palavra de Deus constantemente recusará os alimentos nocivos. Saberá desligar a TV, saberá escolher suas leituras, saberá selecionar suas conversas. Terá fome de Deus e de sua Palavra. Não se deixará enganar.

Com a maturidade vem o discernimento. Os efeitos dos alimentos ruins já se fizeram sentir em nosso corpo. Já não aceitamos qualquer coisa. O mesmo com as coisas de Deus. Sabemos que nem tudo aquilo que é dito em nome de Deus foi mesmo dito por Deus. A fonte não é a Palavra, mas os conceitos humanos e os ensinos demoníacos.

Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação (1 Pedro 2.2). Deus nos deu sua palavra de vida e nada poderá substituí-la. É com ela e só com ela que cresceremos para a salvação. Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus (Mateus 4.4)