O Jesus Inevitável

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Temos que falar d’Ele, pois é n’Ele que o desespero se torna em esperança, o pranto em riso, a dor em cura e a morte em vida. De todos os que já pisaram sobre a terra, nenhum nome falou tão alto, nenhuma vida trouxe tanta Vida quanto a Dele. E é por isso que temos de falar d’Ele. Sei que você já ouviu muito a seu respeito. Católicos, protestantes, espíritas, gnósticos, hippies e muitos neste mundo carregam Jesus em seu credo. Cinema, televisão e literatura não o deixam fora do seu enredo. Mas para muitos parece que Jesus perdeu sua força. Ele parece ser um mito da religião dos mais velhos, um mero assunto de discussão entre pessoas religiosas e você prefere ficar fora dessas discussões. Ou quem sabe você é uma das pessoas religiosas que o discutem. Ás vezes Ele está envolvido numa nuvem de argumentos e conceitos tão espessa, que aquilo que verdadeiramente Ele é passa, despercebido pelos seus olhos. Você só consegue vê-lo e ouvi-lo pelos olhos dos outros, quando seria bem diferente se você pudesse vê-lo com seus próprios olhos e ouvi-lo com seus próprios ouvidos.

Quão grande é JESUS!! Ele venceu as enfermidades trazendo a cura. Perdoou os pecados mais terríveis em homens e mulheres. Saciou a tantos multiplicando pães. Libertou os oprimidos por espíritos malignos. E após três dias da sua morte na cruz os que foram ao seu túmulo o encontraram vazio – Ele havia vencido a morte.

Era um carpinteiro. Três anos e meio somente foi o tempo que ele utilizou para dizer o que disse e fazer o que fez. A única vez em que esteve perante um rei foi para receber a sentença de condenação. Sua companhia era a gente simples do povo, gente desprezada como as prostitutas e os cobradores de impostos. Entre os pescadores, homens indoutos e sem letras, ele escolheu seus principais seguidores. Após aqueles três anos e meio em que passou entre o povo, foi coroado de espinhos e entronizado em uma cruz, em meio ao escárnio e desprezo dos líderes religiosos e do povo em geral. E assim ele viveu e morreu entre nós.

Mas sua morte era a vida e seu fim o começo de uma nova era. Daquela cruz brotou uma torrente de poder e vida que tem influenciado milhões e milhões de pessoas em todo o mundo. Uma torrente de salvação, de cura, de amor, de perdão, de esperança, de libertação e de tudo o mais que a humanidade precisa. Fonte esta que não se esgotou nestes dois milênios, da qual desfalecidos e sedentos podem beber abundantemente. Jesus se colocou em pé e clamou, dizendo: Quem tem sede, venha a mim e beba.

Você pode beber e saciar-se com aquilo que sua alma precisa. Você não necessita continuar vazio, frustrado, em desespero. Hoje mesmo, Jesus vem a você e o salva se você clamar por Ele. “Aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Atos 2.21)


 Preciso de Ajuda

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

De fato, não gostamos de admitir, mas sozinhos não chegaremos a lugar algum. Quando Deus entrou em nossa vida, Deus não nos chamou para sermos servos solitários e sim para caminharmos juntos dentro do Corpo de Cristo, que é a Igreja. Ao meu lado, estão pessoas que muitas vezes passaram e passam por problemas como o meu. Pessoas que já desanimaram, que já falharam, que já se sentiram sozinhas, incapazes, esquecidas e abandonadas. Entretanto, elas venceram porque foram ajudadas por alguém e estarão prontas para ajudar quando eu pedir.

O problema é que eu me calo. Vou ao culto e ali permaneço com um sorriso enquanto meu coração chora por dentro. Faço questão de parecer aos outros que sou invencível, que não tenho problemas, que minha fé é inabalável, que não preciso de nada. Não tenho coragem de reconhecer que apesar de ser um crente obediente e fiel, que apesar das boas palavras que são ministradas sobre a minha vida e de até sentir a presença de Deus, não estou conseguindo superar certas coisas.

Eu me admiro que quando Moisés disse para Deus que não poderia ir falar com Faraó porque não tinha eloqüência, o Senhor lhe perguntou: Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê ou o que enxerga? Não sou eu, o Senhor? E o que pensamos? Que Deus tornou Moisés eloqüente a partir daquele momento? De modo nenhum. Ele lhe disse: Não é Arão, o levita, teu irmão? Eu sei que ele fala bem. Deus não curou Moisés. Enviou seu irmão para ajudá-lo. (Êxodo 4.11-16).

Quanta gente não ficou esperando uma revelação, uma profecia ou ainda que o pastor viesse e simplesmente descobrisse seus problemas. E isso não aconteceu e eles naufragaram. O pastor é limitado e nem sempre a resposta, a cura e a ajuda virá da forma que escolhemos. Temos muitos irmãos amados e abençoados ao nosso lado, que já choraram as lágrimas que estamos chorando agora e já pisaram nos espinhos sobre os quais estamos pisando. Eles têm palavras para nos dizer.

Não precisamos tornar públicos nossos problemas e nosso sofrimento, mas podemos orar e buscar alguém adequado com quem compartilhar. Outras mulheres já tiveram problemas com o marido semelhantes aos seus. Outras mães também se viram confusas por causa de seus filhos. Outros homens já sofreram como você. Eles estão ao seu lado no culto e terão o prazer em lhe ajudar. Não tenha vergonha. Diga : Eu preciso de ajuda!

Cada um ajuda o outro e diz a seu irmão: “Seja forte!” (Isaías 41.6).


 Maledicência

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Mas agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar. (Colossenses 3.8)

Se há um pecado bem presente em nossas vidas que precisa ser abandonado é a maledicência. Há um vício de falar mal dos outros, bem enraizado em nosso dia-a-dia. Boa parte de nosso tempo e de nossas conversas são utilizados para condenar as pessoas. Quando estamos juntos gastamos muitas palavras maldizendo os ausentes. Com uma facilidade impressionante condenamos parentes, amigos, irmãos, líderes. Ninguém escapa.

Falamos tanto da vida dos outros que se parássemos de repente de fazê-lo, talvez não tivéssemos mais assuntos. Os outros são nosso assunto. Julgamos, criticamos, condenamos. Sentimos um prazer oculto em apontar as falhas de todos. Parece que isso nos faz sentir melhores como se expor os defeitos e pecados dos outros tornasse bem menor nossas falhas e defeitos.

Só não percebemos o quanto isso envenena nossa alma. Quanto tempo perdido, quanta palavra infrutífera, quanta semente ruim! E muitas vezes fazemos isso sob uma capa de piedade, justificando que estamos falando para o bem da pessoa, que devemos orar por ela, que a amamos e etc. Puro engano. Na maioria das vezes não passa de maledicência pura. Se pudéssemos ouvir todas as nossas maledicências ficaríamos envergonhados!

Precisamos ser libertos desse poder terrível, desse veneno de serpente em nossas línguas, desse hábito destrutivo que se arraigou em nossa cultura, em nosso pensamento. Não significa perder o senso crítico ou achar ingenuamente que todos são perfeitos. Trata-se apenas de não fazer da vida dos outros o centro da nossa e abrir espaço para palavras de graça, palavras que edifiquem aqueles que nos ouvem (Ef 4.29). Com certeza, quando maldizemos, a ninguém edificamos, a ninguém ajudamos. Apenas contaminamos os que estão ao nosso redor e a nós mesmos. Que nenhuma raiz de amargura brotando, vos perturbe e por ela muitos se contaminem. (Hebreus 12.15).

Se metade de nossas palavras de maledicência tivesse sido usada para oração ou para leitura das Escrituras, nossa vida certamente seria muito mais abençoada e frutífera. Na maioria das vezes, perdemos a chance de ficar calados. Até o tolo quando se cala, é considerado um sábio, diz Provérbios (Provérbios 17.28). Nossa maledicência já destruiu ou contaminou mais vidas do que imaginamos, inclusive a nossa.

Precisamos ser fortes em Deus para interromper o fluxo da maledicência entre os nossos irmãos mais próximos. Quando alguém começa a falar mal de outros, nossa tendência é dar vazão, emendar com nossas observações e alimentar ainda mais rancores e mágoas. Quem começou a crítica à mulher do vaso de alabastro foi Judas Iscariotes (João 12.4-6). Depois os outros continuaram (Mateus 26.8, 9) pelo que foram repreendidos por Jesus.

Temos usado muito mal nossos lábios. Temos produzido frutos amargos e corruptos. Somos dignos da mais severa repreensão de Jesus. Precisamos nos arrepender dessa maledicência e pedir misericórdia e graça para vencer esse tão terrível pecado de nossas vidas.

Coloca, SENHOR, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios. Não permitas que o meu coração nem que eu me envolva em práticas perversas com os malfeitores. Que eu nunca participe dos seus banquetes! (Salmo 141.3,4)


 Vencendo os Eliabes

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Quando Eliabe, o irmão mais velho, ouviu Davi falando com os soldados, ficou muito irritado com ele e perguntou: “Por que você veio até aqui? Com quem deixou aquelas poucas ovelhas no deserto? Sei que você é presunçoso e que o seu coração é mau; você veio só para ver a batalha”. (2 Samuel 17.28-30)

Antes de vencer Golias, Davi teve de vencer um inimigo mais sutil – seu irmão Eliabe. Ele jamais teria chegado até o gigante para lutar, se não tivesse superado a atitude de sei irmão mais velho. Muitos de nós não estamos preparados para pequenas oposições, como pois venceremos as grandes? “Se você correu com homens e eles o cansaram, como poderá competir com cavalos? Se você tropeça em terreno seguro, o que fará nos matagais junto ao Jordão?” (Jr 12.5)

Eliabe desprezava Davi – Afinal, não era ele o irmão mais novo? Não fora esquecido na reunião de família com Samuel? Não era apenas pastor de umas “poucas ovelhas”? Muitas pessoas foram desprezadas, até mesmo abandonadas, por seus cônjuges, filhos, pais, amigos. E adquiriram um sentimento de rejeição que os fazem recuar ao menor sinal de nova rejeição. Assim, muitas jovens deixadas por namorados ou noivos, tem medo de uma nova tentativa. É melhor morrer tentando a viver desistindo.

Eliabe disse palavras ferinas a Davi – Eliabe disse que Davi era convencido e tinha um coração mau. E quantas vezes desistimos de lutar e ficamos remoendo palavras duras que ouvimos. Quando pensamos em avançar vem a lembrança de acusações injustas que recebemos. Mas se queremos ir em frente, não podemos nos deixar abater pelas palavras de nenhum Eliabe. Não faça depender a tua paz da boca dos homens.

Eliabe tinha inveja de Davi – Apesar de ser o menor, Davi foi escolhido no lugar dele. Era difícil aceitar aquilo. Nem sempre as pessoas vão aceitar as bênçãos de Deus sobre nós. Vão achar que essas bênçãos deviam ser delas. Ainda não aprenderam que não depende de quem quer ou do que corre, mas de Deus que se compadece (Romanos 9.16)

Davi teve as atitudes certas diante desse quadro. Primeiro, não perdeu seu tempo discutindo ou tentando convencer seu irmão. Foi em frente. Segundo, foi procurar o rei. Quem determina sua vida não são os Eliabes, mas o Rei Jesus. E então ele enfrentou o gigante.

Não perca seu tempo. Prossiga para os desafios maiores. Desprezos, acusações e invejas podem até ser analisadas, para que possamos porventura corrigir falhas em nossa vida. Mas jamais devem nos impedir de ir avante. Quem não vence Eliabe, não está apto para vencer Golias.


 Oração de Maria

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo a sua palavra (Lucas 10.39).

Estou aqui, Senhor, estou aqui. Estou aqui porque Tu estás aqui. Então este é meu lugar – aos teus pés. Ouvindo. Nenhum lugar do mundo é mais importante do que este. Nenhum momento é mais precioso do que este momento. Tudo muda em Tua presença, tudo se torna sublime, pois Tu és o Senhor do Universo e é para Ti que tudo se destina.

É aqui, em completa rendição aos teus pés que eu encontro a força e a sabedoria que não existem em mais nenhum outro lugar. Só o som da Tua voz alcança o meu interior. Só a Tua plenitude pode preencher meus vazios. Não posso perder esta tão grande oportunidade de receber de Ti aquilo que mais ninguém pode me dar. Só Tu tens as palavras de vida eterna, só Tu tens a luz da vida, só Tu és a Ressurreição e a Vida.

Ao meu redor as pessoas passam correndo para lá e para cá, perdendo um tempo que não volta atrás. Se elas sequer imaginassem que momentos contigo são momentos eternos e que ao sopro de teus lábios tantas dúvidas se dissipam, elas deixariam tudo para estar aqui. E, no entanto, elas correm, e se agitam, e anseiam, e se decepcionam com tudo, com outros e consigo mesmas simplesmente porque não pararam para ouvir Tua voz.

Elas acham que estou perdendo tempo, mas isso é impossível, pois Tu és o Senhor do tempo. Elas acham que outras fontes são melhores do que Aquele que é a Fonte. Ilusão. Sem Ti nada podemos fazer que tenha valor eterno (João 15.4). Tu nos escolheste, primeiramente, para estar contigo e quanto mais permanecermos em Ti, mais nossa vida frutifica.

Ter acesso a Ti é um privilégio tão grande, mas tão pouco desfrutado por aqueles que Te conhecem. Poder tocar-te, poder ouvir-te, poder calar-se em Tua presença é uma oportunidade que não pode passar em vão. Nenhuma tarefa é mais grandiosa do que a missão de estar em Ti. Ficar diante Daquele cuja voz sustenta o Universo e cuja mão move todas as coisas nunca será perda de tempo. Pelo contrário. É remir nosso tempo com a presença do Redentor de todas as coisas.

Então me permita, ó Sublime, Excelso e Eterno, viver sempre e a cada dia aos Teus pés. Permita-me escolher sempre e para sempre esta boa parte que ninguém pode me tirar.


 Tu És Maior, Senhor

Por Eguinaldo Hélio de Souza

Maior é Aquele que está comigo do que aquele que está no mundo (1 Jo 4.4).

Maior é Aquele que me ama do que aqueles que me odeiam. Maior é o que me protege do que o que me ataca, maior o que sustenta do que aquele que tenta me derrubar. Maior é o verdadeiro Leão que venceu (Apocalipse 5.5) do que o falso leão que me rodeia (1 Pedro 5.8)

Tu és Maior, Senhor, maior do que qualquer coisa que venha me afligir. Tua cura é maior que minha dor, tua força maior que o meu problema, tua paz maior do que todas as minhas preocupações. Em Ti há toda suficiência e essa suficiência está infinitamente além de todas as minhas necessidades.

Até tua loucura é maior que minha sabedoria, até Tua fraqueza muito maior que minha força (1 Coríntios 1.25). Na verdade tão imensa é tua grandeza que sequer posso compreendê-la. Existem muitas coisas que preciso aprender a Teu respeito e dentre essas coisas, preciso aprender na prática quão grande és Tu!

Na pequenez da minha fé eu me assusto com o tamanho dos gigantes e dos muros das terras que eu tenho que conquistar (Números 14.28). Na limitação da minha compreensão não consigo perceber que as tribulações do tempo presente nem se pode comparar com a glória que em mim será revelada (Romanos 8.18). Ignoro que até os meus inimigos sabem que a rocha deles não é como minha Rocha (Deuteronômio 32.31)

Quão grande és Tu, Senhor, de modo que nem os céus e os céus dos céus podem te conter. Toda grandeza que vemos é apenas a orla do teu poder. Tu és poderoso para fazer as coisas infinitamente maiores do que pedimos ou pensamos, segundo o teu poder que em nós opera (Efésios 3.20). Insondáveis são os teus juízos e inescrutáveis os teus caminhos (Romanos 11.33)

Ajuda-me a conhecer tal grandeza, a entender ao menos um pouco do teu poder para que eu saiba o Deus que tenho e sirvo e para que não fique prostrado diante de coisas tão pequenas. Para que eu não pare diante das adversidades, nem volte atrás por causa de qualquer palavra de qualquer pessoa, para que eu caminhe na confiança de que um Deus infinitamente grande caminha diante de mim e garante a minha vitória.


 Com Toda a Tua Força

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força… (Eclesiastes 9.10)

Nem sempre o que fazemos, fazemos com todo o nosso coração. Mesmo muito do que fazemos para o Senhor e para o Reino é feito de modo automático ou displicente, sem devoção, amor ou zelo. Ou pior ainda. Muitas vezes realizamos nossas tarefas com má vontade e com murmuração, motivados por rivalidades ou vaidades. Deus tenha misericórdia de nós.

Também por isso desistimos. Também por isso sentimos grande peso em nossas atividades, que são feitas com um coração dividido e uma mente dividida. Não nos entregamos àquilo que estamos realizando, mas vivemos na casa do amanhã e habitamos em outras coisas enquanto fazemos outras. Não há paixão, não há alma, não há coração nas obras de nossas mãos.

Oramos só com retórica ao invés de orar no espírito. Adoramos de boca e não de coração. Lemos a Bíblia como rotina e não como quem anseia pela voz de Deus. Obedecemos por fora enquanto por dentro protestamos, reclamamos, contestamos. Começamos as coisas no Espírito e terminamos na carne. Iniciamos motivados pelo ardor divino e logo caímos nas cinzas da razão humana. Por isso não há alegria, não há vida e nem glória para Deus em muito do que fazemos.

Não basta fazer. Precisamos fazer com todas as nossas forças. Só assim o que fazemos glorificará a Deus e terá valor eterno. Pois tudo o que vale a pena ser feito, vale a pena ser bem feito.

Porque, se prego de livre vontade, tenho recompensa; contudo, se prego por obrigação, estou simplesmente cumprindo uma incumbência a mim confiada. (1 Coríntios 9.17)

A vida é curta demais para gastá-la em atividades mal feitas. Ou amamos o que fazemos ou é melhor deixar de lado. Se o nosso sim for um não ou nosso não for um sim, nenhum fruto real nós teremos. Será só aparência. Será nada aos olhos de Deus. Fazer algo sem querer fazê-lo, não é fazer. É enganar-se a si mesmo.

E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. (Colossenses 3.23, 24)

Talvez não seja necessário parar ou fazer outra coisa. Talvez só seja necessário mudar como você faz. E isto, é uma questão do coração.


 Por Que Você Parou?

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

 

Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil. (1 Coríntios 15.58)

Por que você parou? Você era uma pessoa tão consagrada ao Senhor. Você gastava tempo em oração, tempo com a Palavra e desfrutava da presença e da graça Dele de maneira especial. Hoje, você o busca quando sobra tempo, você O sente ocasionalmente. O que aconteceu?

Quantas vezes sentiu que Ele dirigia seus passos? Quantas vezes Ele falou ao seu coração? Você produzia muito fruto para a glória Dele! Não media esforços, não havia tempo ruim, nem situação que você não superasse. Você o colocava em primeiro lugar e não permitia que nada e nem ninguém ocupasse o espaço que era Dele. Sua paixão por Ele era visível e se refletia em tudo que você fazia. Por que não é mais assim?

Onde está aquela intimidade, aquela simplicidade e o desejo de agradá-lo com toda sua vida? Ele abençoou tanto, foi fiel em tudo que prometeu, jamais deixou ou esqueceu você e você sabe disso. Por que então a frieza, a mornidão, a indiferença? Ele não mudou. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hebreus 13.8).

Por que você parou? Foram lutas, feridas, decepções? Você no fundo sabe que faz parte da caminhada e que ninguém neste mundo escapou dessas situações difíceis, nem mesmo Jesus. Ele tem bálsamo para cada ferida, lenço para cada lágrima e consolo para cada tristeza. Você experimentou isso e sabe que é verdade.

Por que você parou? Pode ter sido o desânimo natural que atinge a todos. Então levanta e anda. Então torna a levantar as mãos cansadas e os joelhos vacilantes (Hebreus 12.12). Aqueles que esperam no Senhor renovam suas forças (Isaías 40.31). Sim, Ele renova.

Talvez o peso que você carrega seja grande e os espinhos que ferem seus pés sejam dolorosos. Ninguém está em seu lugar, nem vive o que você vive. Há sofrimentos que só você sabe. Ainda assim, o Deus que carregou você no passado tem poder para continuar carregando, apesar das novas circunstâncias. Ele não se cansa e nem se fadiga (Isaías 40.28)

Você nem percebeu que parou? Agora que sabe, caminhe, marche. Esforça-te e clama (Gálatas 4.27). A obra de Deus em e através de sua vida ainda não terminou.


 Silêncio da Alma

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Decerto, fiz calar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, assim é minha alma para comigo (Salmo 131.2)

Não poucas vezes, se você olhar dentro de si, perceberá sua alma inquieta. Seu corpo estará parado, mas seu interior estará em erupção, dominado por ansiedade, nervoso, agitação, medo. Não há paz e nem repouso algum. Os que o olham não percebem. Você parece em grande calma, mas em seu coração só há guerra.

Nem sempre há uma razão para esse estado interior. Não há nada oprimindo sua vida ou se há, não é nada muito grave. E ainda assim nós insistimos em manter nossa vida interior em um estado de alerta e nos recusamos a descansar em Deus. É como se quiséssemos mudar as coisas através de nossas preocupações, coisa que certamente não podemos.

Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? (Mateus 6.27)

Esse estado interior nos priva de muitas coisas. Não conseguimos confiar em Deus e nem ouvir sua voz. Nossa comunhão com Ele fica prejudicada e ao invés de desfrutar de Sua Presença, parece que Ele está sempre distante. Jesus vem em nossa direção, mas achamos que é um fantasma.

Então dobramos nossos joelhos para orar e queremos falar sem parar diante Dele como que se mera tagarelice tivesse algum poder para movê-lo. Nossa oração torna-se um falatório sem sentido, ao invés de um tempo de comunhão e desfrute de sua maravilhosa graça. Não conseguimos derramar nosso coração perante Deus, somente despejar todo esse agito sem sentido.

Precisamos que o Senhor aquiete também as ondas agitadas de nosso mar interior. Precisamos que as tormentas da alma também se calem e não somente as tormentas externas. Precisamos dizer como canta o poeta: “Aquieta minha’lma. Faz meu coração ouvir tua voz”.

Muitas vezes nos tornamos viciados nesse frenesi interno. Confundimos agitação com energia, desassossego com força. Quando na verdade o profeta diz: “Em vos converterdes e em repousardes está a vossa salvação; no sossego e na confiança está a vossa força, mas não o quiseste” (Isaías 30.15)

Por fim, não podemos esquecer o grande e poderoso chamado:

“Vinde a mim todos que estais cansados e sobrecarregados. (…) E encontrareis descanso para as vossas almas” (Mateus 11.28,29b)


 O Outro Filho

Por Eguinaldo Hélio de Souza

 

Mas ele se indignou e não queria entrar (Lucas 15.28)

Não é de hoje que muitos, ao lerem a parábola do filho pródigo, começam a reparar no irmão mais velho. De modo negativo ele nos deixou muitas lições.

Quando olhamos para ele e suas atitudes, vemos que apesar de ter vivido tanto tempo ao lado do pai, jamais uniu seu coração ao dele. Não é assim também conosco? Estar na igreja ou nos cultos não nos torna íntimos do Pai. Podemos viver uma vida inteira na casa Dele e ainda assim nossa vida não estar unida à Vida Dele.

Quão rasa ou quão profunda tem sido nossa comunhão com o Pai, só a eternidade nos revelará. Estar dentro de uma igreja, cantar, ouvir sermões é relativamente fácil. Unir-se ao pai celestial com uma comunhão profunda é extremamente necessário, mas igualmente raro.

O filho mais velho reclamou, murmurou, e afirmou jamais ter desfrutado das coisas boas que o pai tinha. Não porque o pai de algum modo lhe tenha negado, mas porque ele mesmo vivia em legalismo. Nunca pediu, e por isso nunca recebeu, nunca se achegou e por isso nunca desfrutou. E nós, muitas vezes, não estamos muito longe disso com nosso Pai celestial.

E não só isso. Há algo ainda mais triste e que reflete nosso relacionamento com nosso Deus. Ele não entendia o coração do Pai. Ele não compreendia o amor, a graça, o perdão e a bondade que emanava do pai. Em seu legalismo, achou que precisava agradá-lo em tudo sem nunca falhar. Só assim o pai o amaria. “Eu nunca transgredi nenhum dos seus mandamentos”, disse ele. Quantos de nós nos encontramos presos nesse sentimento.

Todavia, glória a Deus que Seu amor eterno e Sua graça infinita nos têm alcançado. Apesar da nossa imperfeição. Do amor e do poder que emanam do Seu trono temos nos enchidos e sido fartos.

No fundo, no fundo, apesar daquele filho parecer tão obediente, a vontade dele não estava alinhada com a do pai. Como nós, ele se revoltou quando viu seu pai perdoando quem ele achava que não devia perdoar. Seu senso de justiça própria o impedia de ver, apreciar e desfrutar da graça do Pai.

Que o Senhor nos ajude. Não queremos viver aparentemente tão perto do Pai e em realidade tão longe do coração Dele.